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Rússia se retira do Tratado de segurança europeia e forças convencionais.

Acordo que estabeleceu a base da segurança e estabilidade geopolítica europeia é abandonado pelos russos e abre caminho para a escalada das tensões.

A Rússia aprovou semana passada sua saída do Tratado conhecido como FCE (Forças Convencionais Europeias). A retirada é mais um passo para os russos se distanciarem do Ocidente e verem cada vez menos timidez para sua atuação ofensiva no Leste Europeu. Um dos documentos chaves que promoveu a estabilidade europeia dos anos 1990 e 2000, já era fruto de tentativas de revisões, porém sem acordo entre russos e OTAN.


O acordo foi denunciado já no fim dos anos 1990 com uma revisão que a OTAN se recusou a ratificar em seus Estados-membros. Basicamente o acordo previa inspeções e cooperação mútua na área militar para que fossem estabelecidas bases de confiança entre Europa e Rússia. Contudo, desde os anos 2000, com a OTAN relutante em aprovar alterações no texto, Moscou reclamava de ser um acordo obsoleto e inviável.


Além da cooperação em inspeções militares, o tratado previa limitação de forças ostensivas desde o Atlântico até os montes Urais (considerada área limítrofe entre Europa e Ásia Central). Eram limitados o uso de artilharias pesadas como foguetes, mísseis, além do uso de certos equipamentos de infantaria mais ofensivos. Contudo, os russos alegavam que a adesão de países da Europa Oriental à OTAN, o uso de escudos antimísseis nesses territórios, e a instalação de bases dos EUA eram infrações ao acordo firmado.


A OTAN por sua vez alega que os russos já não cumpriam o acordo antes mesmo da Guerra da Ucrânia, quando agiam em países da região dos Balcãs, na Geórgia e Moldávia. Além da alegação, a OTAN deixou de investir em defesa própria por conta do tratado existente, o que levou a milhares de blindados europeus abandonados, bem como redução nos gastos militares. A saída russa do acordo pode ser um favor feito aos aliados dos EUA para se rearmarem de verdade.


De todo modo, a saída dos russos configura mais uma tendência de não arrefecimento do conflito na região do Donbass, e de uma determinação de ambos os lados continuarem na disputa. A Ucrânia e o povo ucraniano infelizmente é o que mais sofre com o resultado de tratados e acordos que são e foram descumpridos por russos e europeus ao longo de décadas. Mais um degrau é escalado rumo a uma guerra total na Europa.


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