O nome que ficou popularizado nas manifestações de 1964 contra a ameaça comunista ressurge com a Marcha da Família Cristã.
Na manhã deste domingo, após novamente haver uma adesão orgânica, diversas pessoas foram às ruas se manifestarem contra medidas autoritárias de lockdown e pela liberdade religiosa e do trabalho. A manifestação apoiada por entidades das mais diversas categorias cristãs e não cristãs foi intitulada Marcha da Família Cristã.
Foram vistas de forma mais significativa as marchas nas cidades do Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e São Paulo, mas foram registradas também em outras diversas capitais e cidades do interior. As caminhadas foram acompanhadas de carros de som que cantavam músicas cristãs, observou-se também bandeiras de Israel, do Brasil e faixas contra o comunismo, a favor da democracia, das instituições democráticas e dos bons costumes.
Os manifestantes seguiram de forma ordeira, civilizada, respeitando uns aos outros e a maioria observou-se usar máscaras, apesar de ser muito pouco provável o contágio em ambientes abertos e sob raios ultravioletas. Palavras de orações, pedidos pela liberdade e contra os desmandos de autoridades como os Ministros do STF foram ouvidas no meio das manifestações.
Após uma oração final e de forma ordeira, sem nenhum ato de violência registrado, os manifestantes começaram a se dispersar no começo da tarde.
CONTEXTO
As manifestações apoiadas por autoridades religiosas ocorrem após o STF decidir de forma polêmica que igrejas não devem ser abertas até os governadores permitirem, em virtude da pandemia de Covid-19. O Ministro do STF, Kássio Marques, entrou com uma decisão que permitia a reabertura de templos com base em artigos da Constituição Federal. Por sua vez, outro Ministro, Gilmar Mendes, determinou novamente o fechamento das igrejas por entender que as vidas precisam ser protegidas da contaminação. Não houve na sustentação de Mendes qualquer menção à Constituição Federal para embasar seu posicionamento.
Com o impasse, o plenário do Supremo decidiu que as igrejas devem ficar fechadas. Assim, muitos líderes se manifestaram contrariamente nas redes sociais à decisão da Corte, o que acabou culminando nas manifestações de hoje. Haviam vários cartazes nos protestos contrários ao STF e pedindo que a instituição respeitasse a vontade popular e à Constituição Federal. Até o final dessa reportagem, não houve manifestação do Supremo sobre os protestos de hoje.
Comments