O novo partido surge se autointitulando de direita por alinhar-se com pautas liberais, mas esquece dos conservadores, o que pode fadar o partido ao fracasso igual dos tucanos.
Talvez o fato político mais relevante desde o 7 de setembro, o surgimento do União Brasil é a nova tentativa da chamada "terceira via" para emplacar uma alternativa à polarização entre Lula e Bolsonaro. Em entrevista à Rede TV, o Senador Marcos Rogério (DEM-RO), afirmou que a união de DEM e PSL se dá pelas afinidades dos partidos para criar um grande partido de direita a favor da livre iniciativa e outras pautas liberais.
Em outros canais de televisão, os destaques sobre a fusão dos partidos salientou o alinhamento com pautas liberais, e, portanto, colocando-os à direita no espectro político nacional. Verdade seja dita, a liberdade é uma pauta com a qual partidos como PSDB, PT, PSOL, PSB, PDT não se identificam. Contudo, caso o futuro partido queira ter significância política a ponto de ter candidato à Presidência da República, precisa também vislumbrar conservadores.
Esse ponto parece ser algo que somente Jair Bolsonaro atende. Não por Bolsonaro ser conservador, o que é algo questionável, mas por ele se colocar (com todas suas indelicadezas) como um porta-voz de pautas afetas aos conservadores. Temas como a preservação histórica, o respeito a princípios e valores de uma sociedade ocidental judaico-cristã e o respeito às liberdades e autonomia do indivíduo.
Caso o União Brasil não atenda a essas demandas, nas quais aparentemente há muito engajamento, se condenará a ser mais um PSDB da vida. Patinará com candidaturas inócuas, poderá ter êxito estadual, porém não alcançará o cargo máximo do país. O partido será exatamente como seu número 44, quase um tucano. Talvez essa seja a intenção.
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