Pablo Marçal e sua paixão pela China.
- Thiago Barbosa
- Aug 20, 2024
- 3 min read
O coach e influenciador Pablo Marçal apresentou uma proximidade com a China que muitos não descobriram, ou estão descobrindo agora. Mas isso não é de hoje.
Pablo Marçal se apresentou ao debate público em 2024 como candidato à prefeitura de São Paulo. Um empresário multimilionário que é sócio de várias empresas e construiu sua riqueza como um bom capitalista. Mas afinal, por que ele se lançou a uma candidatura após falar que não tinha mais interesse de ser candidato?
Em 2023 algo mudou. Pablo Marçal realizou uma palestrar para falar sobre sua ida ao Oriente. Ele visitou o país que hoje faz frente aos Estados Unidos, a China. Aparentemente, o coach voltou deslumbrado com as maravilhas chinesas. Um país altamente desenvolvido em sua visão, com uma visão metacapitalista.
Marçal afirma que o melhor para o Brasil é o metacapitalismo, que, segundo suas palavras, trata-se de o governo "colocar riqueza na mão de poucos". Tal medida equipara-se ao atual modelo adotado pelo PT, porém foi utilizado o rótulo "campeões nacionais". Marçal justifica a estratégia com sua fala de que "tudo na sua casa foi produzido por um bilionário".
Contudo, Marçal conheceu as partes das Zonas Economicas Exclusivas, que foram abertas ao capitalismo e de forma brutalmente controlada e censurada pelo Partido Comunista Chinês. Ignorou esses detalhes que massacram as liberdades individuais e instituiu procedimentos completamente absurdos como o crédito social. Mas, o que o empresário mais ignorou foi a chamada "cortina transparente" da ideia que é o centro da propaganda chinesa: "uma China com dois sistemas".
Marçal repetiu várias vezes esse moto chinês para mostrar como o país asiático saiu do atraso para o "progresso" econômico e como a China se tornou a segunda maior economia do mundo. Contudo, Marçal baseia sua análise confiando muito em informações oferecidas pelo governo chinês que é comunista. E a história nos mostra que dados de países autoritários não são confiáveis.
O candidato à prefeitura de São Paulo justifica sua paixão pela China, por querer reproduzir o modelo no Brasil. Porém, assim como exportar modelos de países a regiões muito diferentes culturalmente também já foi provado pela história que não funciona. Basta olhar o que os EUA tentaram no Oriente Médio, os europeus tentaram na África, e agora os chineses fazem usando a mesma estratégia (levar um suposto "desenvolvimento" para os países africanos).
A aparência que Marçal passa é que ficou entusiasta demais de um país autoritário, metacapitalista e extremamente opaco. Ora, isso já é vivido no Brasil. Há poucos empresários brasileiros que detém os oligopólios em diversas áreas da economia, o autoritarismo no país é exercido pelo Judiciário e as regras são pouco claras com muitas lacunas e muitas regras para confundir o povo.
E como se não fosse o bastante a admiração por um país que é praticamente o oposto do Brasil, Marçal ainda teceu elogios à maior religião que odeia o cristianismo e o judaísmo, o Islã. A fala de Marçal nesse sentido foi: "O Islã, eles tem uma promessa que saiu da boca do Deus vivo".
Então alguns questionamentos inevitáveis surgem: Pablo Marçal é de direita? Defendendo autoritarismo em troca de um sucesso econômico restrito para apenas uma parte da população? Pablo Marçal defende os princípios e interesses ocidentais baseados na sociedade judaico-cristã? Pois isso é o que define uma pessoa à direita minimamente: Deus, Pátria, Família e Liberdade. Será que ele defende isso, ou defende: Alá, China, Metacapitalistas e Ditadura?
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