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O racha no BRICS: O fim da era de cooperação Sul-Sul

A posição belicosa e agressiva chinesa pôs termo ao sonho de um novo bloco de nações poderosas fora do eixo Europa - América do Norte.


O BRICS (um bloco informal, porém com forte poderio econômico, político e militar) foi formado nos anos 2000 entre Brasil, Rússia, Índia, China e posteriormente África do Sul. A aproximação desse bloco não visava algo além de aproximação sociopolítica e colaboração econômica entre os 5 países em desenvolvimento. Esse fenômeno trouxe a formação de um novo centro de poder geopolítico fazendo frente ao tradicional centro EUA-Europa-Japão. O maior exemplo de cooperação sul-sul. Sim, o BRICS é observado como o maior, mais extenso e intenso exemplo de cooperação entre países em desenvolvimento. Essas cooperações ocorrem sem envolver as tradicionais colaborações norte-sul, onde um país desenvolvido ajuda outro país em desenvolvimento sem grandes contrapartidas e geralmente com custas pesadas para um país pobre. Com isso, as vantagens de custo, de igualdade entre os lados cooperantes e também a aproximação de realidade socioeconômica, colocou a cooperação sul-sul como saída para o desenvolvimento e ajuda mútua entre países "do Terceiro Mundo". Mas o que aconteceu? O que aconteceu foi a China. Sim, essa é a opinião do autor (fique livre para discordar após ler). A China tornou-se além de um país emergente, mas sim uma potência global com sede por destronar a hegemonia dos Estados Unidos e reproduzindo muitos comportamentos "imperialistas". Exploração africana, uso da América Latina como mero produtor de commodities e oportunismo geopolítico nas disputas militares entre a OTAN e a Rússia. A China com seu governo ditador comunista capitalista (uma aberração geopolítica e social) revelou-se não como um país em desenvolvimento cooperante, mas sim como uma potência imperialista a níveis que superam em muito ações dos EUA. A ação imperialista chinesa fica bem evidente num problema em particular, e o pior, com o segundo membro mais importante do bloco, a Índia. Ultimamente o Presidente Xi Jinping moveu tropas chinesas para a área fronteiriça próxima à região indiana de Ladak, aumentando sua presença militar através de extensas bases aéreas e efetivo militar na região de Aksai Chin, que faz fronteira com a Caxemira indiana, um ponto geopolítico já sensível por si só. Alvo de constantes disputas entre duas potências nucleares (Índia e Paquistão), a região é bastante sensível e com fronteiras bem tensas. Há acusações indianas de escaramuças na região com soldados feridos dentro do território da Índia, realidade semelhante da Amazônia brasileira em escaramuças com tropas venezuelanas. Além da China, cada país segui caminhos que esvaziaram a agenda multilateral da iniciativa. A Rússia querendo dominar países menos afortunados do leste europeu, causando vários conflitos na região. O Brasil com crises internas sem fim, corrupção e governos ideológicos que não souberam extrair benefício econômico da iniciativa. E a África do Sul como personagem mais fraco sem poder aglutinador para manter os demais com os propósitos iniciais. Portanto, o BRICS tornou-se mais uma iniciativa louvável de cooperação sul-sul que hoje não passa de um aceno diplomático com intenções boas, mas esvaziadas por seus membros. E o maior culpado disso é, sem dúvida, a China. Que deixou de agir como um país emergente cooperante com seus pares, para atuar como uma potência exploratória e em busca de poderio geopolítico e recursos naturais e commodities para alimentar seu gigantismo. Que fique a lição para a diplomacia brasileira, pois é preferível ser alinhado com um país autenticamente hegemônico, porém defensor de princípios democráticos e das liberdades individuais, do que ser alinhado a uma ditadura aberração como o instaurada em Pequim.


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