Presidente emitiu nota no fim da tarde desta quinta-feira em tom apaziguador e sob aconselhamento de Michel Temer.
A nota de Jair Bolsonaro soou frustrante aos apoiadores mais aguerridos e desejosos por mudanças e pelo fim dos desmandos do STF. Um misto de belas palavras com o embrulho no estômago pode ter acometido muitos dos que apoiam o atual Chefe do Executivo. Mas o que Bolsonaro sinalizou com essa nota afinal? O Sociedade Inteligente dá um passo atrás e analisa o panorama em torno do país atualmente.
1 - Bolsonaro não é um tirano, tampouco um intolerante.
A nota, sob aconselhamento do ex-Presidente Michel Temer, é um texto que obviamente não foi redigido por Bolsonaro, porém não teria sido publicada sem seu aval. E assim, o texto demonstra um homem que quis mostrar que o povo está insatisfeito com a República como está, e principalmente com a democracia de gabinete que se instaurou, a qual não se traduz em retorno para os pagadores de impostos. Assim, o Presidente dá o primeiro passo em direção a um acordo que poderá ser delineado entre os três Poderes da República. Esse ato acaba totalmente com o discurso de golpista e inconsequente que são criados contra ele.
2 - O STF terá que ceder
A nota em tom apaziguador demonstra que Bolsonaro teve a maturidade de dar o primeiro passo para o acordo, porém esse exemplo precisa ser seguido pelo STF e pelo Congresso. Continuar os desmandos autoritários dos juízes de togas e a dormência do Legislativo não é viável mais, sob pena das tensões crescerem mais uma vez, e de forma irremediável da próxima vez. Além disso, há uma necessária discussão sobre reformas estruturais verdadeiras e uma reforma constitucional para impedir que o Supremo se torne uma oligarquia ditatorial togada.
3 - O povo precisa votar melhor
A eleição de Bolsonaro foi fundamental para uma mudança de rumos do Brasil. Contudo, não adianta eleger um Presidente e manter a Casa do Povo como estava. O povo precisa pensar cada vez mais nas pessoas que escolhem para Deputado e Senador, bem como para as casas legislativas locais. Além disso, uma reforma política é crucial (e pode vir junto com a reforma constitucional) para trazer maior representatividade dos parlamentares eleitos e acabar com os acordos e conchavos que deixam a população de fora.
4 - Bolsonaro não mudará nada, ele é apenas um mensageiro
Jair Bolsonaro elegeu-se com a força da insatisfação com os ladrões do PT e dos seus vassalos tucanos. Essa insatisfação com o "Teatro das Tesouras" não pode ser perdida de vista, e deve fomentar o surgimento da direita de forma organizada. O conservadorismo de Bolsonaro é tosco, bruto e primário. É preciso uma sofisticação maior e mais palatável para a população entender que o caminho da esquerda levará à desgraça e miséria. Portanto, Bolsonaro é apenas um mensageiro do conservadorismo no Brasil. Serve para levantar as bandeiras que antes eram invisíveis e não podem ser derrubadas junto com o Presidente.
5 - Um conservador age como Bolsonaro, com prudência a despeito da revolta
O conflito, a luta não é ansiada pela direita. O pai do conservadorismo, Edmund Burke, demonstrou isso nas palavras de Reflexões sobre a Revolução Francesa. Não é revolta que muda um cenário caótico e perverso, mas sim construção de um legado baseado em princípios e costumes louváveis e apreciados. A fundamentação naquilo que foi construído por anos e anos, nas famílias, nos lares, nas vidas dos brasileiros, e a desconfiança eterna daqueles que prometem demais e que se apresentam como salvadores, algo que mais uma vez Bolsonaro não demonstra ser.
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