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O que é Fascismo? O que é Comunismo? Quem está mais perto desses regimes?

Estado total, controle da economia, cerceamento de liberdades, perseguição étnica-religiosa, concentração de poder, Fascismo e Comunismo são irmãos gêmeos.


Com a polarização entre a esquerda e a direita acentuada no Brasil, muitas pessoas e até intelectuais por ignorância ou conveniência, decidem ser simplórios e pobres em suas análises a respeito de fascismo e comunismo. Verdade seja dita, ambos são regimes ditatoriais, centralizadores, homofóbicos, racistas, sanguinários e intolerantes. Abordaremos no presente texto cada um destes e evidenciaremos a afirmação feita acima e finalmente será feito um paralelo com a eleição atual para conferir quais candidatos se aproximam mais desses regimes.


1. Fascismo - Um movimento da direita ou da esquerda?


O Fascismo deixou um trauma no mundo com a ascensão de regimes como de Mussolini e Adolf Hitler. O regime estabelece algumas premissas na mente da população para lançar sua base de governo: O amor incondicional ao representante maior do governo; a repulsa ao estrangeiro e ao que é diferente; a criação de um inimigo que ameaça o Estado-Nação, com a finalidade de justificar seus atos autoritários; intervenção econômica alta; Estado grande e forte com mão de ferro. Essas premissas são baseadas nas experiências tidas pela Itália e Alemanha nas décadas de 1920 e 1930.


Com essas premissas governos fascistas como o de Mussolini lançaram-se à um comportamento externo muito opressor e expansionista o que levaria à inspiração de Adolf Hitler para criação do Nazismo (Nacional-Socialismo). E assim, surgiam governos que praticariam sérias atrocidades contra a humanidade, como o genocídio, a ideia da nação ariana e tantas outras práticas xenófobas e segregadoras.

Além disso, o Fascismo trazia consigo uma carga de fortalecimento estatal. Pois para implementar políticas duras e "vingar" as humilhações que a Alemanha passou com a derrota em Versalhes (1919), era necessário restabelecer o governo de forma forte, desrespeitando acordos internacionais mas reacendendo a chama do Reich, e identificando o externo como ameaça, como algo contra a soberania do Estado-Nação. Portanto, a intervenção estatal na economia era forte e alta, com pesados investimentos em setores de indústria e pesquisas tecnológicas para a defesa da Nação.

Com tais características em mente, a pergunta do subtítulo desta seção torna-se oportuna: O Fascismo é um movimento de direita ou de esquerda? Obviamente que a massa intelectual movida por Socialismo travestido do termo "social-democracia", afirmará com tom de deboche e como papagaios que é algo de extrema direita, é um fruto do capitalismo perverso. Entretanto, analisando friamente, sem a "paixonite" nutrida pelo meio acadêmico brasileiro, observa-se que esse regime é híbrido com características de direita e de esquerda.

Sim, num governo fascista há produção de capital, há iniciativa privada, e as pessoas não possuem uma distribuição igualitária de riquezas. Contudo, o Estado é forte (sendo contra a iniciativa privada que vá de encontro aos seus interesses). O Partido Nazista tornou-se único após o incêndio do Reichstag (Parlamento alemão), e a oportunidade de oprimir os opositores era real, fazendo com que a Alemanha virasse um país sem liberdades. Além disso, a perseguição a determinados grupos é outra tônica do Fascismo: Negros, judeus, homossexuais, quaisquer que não se encaixavam no perfil da raça ariana era tido como inferior e os grupos citados aqui eram perseguidos e muitos mortos. Agora o interessante é que tal comportamento segregador é muito afeto a regimes comunistas que segregam religiosos, homossexuais, e todos os quais discordam da "causa do proletariado" (aliás o Partido Nazista surgiu de um movimento proletário alemão na década de 1920). 2. Comunismo: Esse é de esquerda! O Comunismo na verdade é muito mais do que um movimento, é uma proposta de mudança de modo de produção, no qual o capitalismo é visto como nocivo, vil e utilizado para explorar seres humanos através de seres humanos. Foi proposto por Karl Marx em sua obra Manifesto Comunista (1848) na qual estabelecia um processo de engenharia socioeconômica que traria a sociedade do famigerado capitalismo a um novo modo de produção onde todos compartilhariam as riquezas igualitariamente sem a necessidade da presença ostensiva e opressiva do Estado.

A visão de Comunismo é muito romântica, uma vez que vislumbra uma sociedade utópica ideal aonde todos aceitariam a partilha das riquezas sem oposição, todos trabalhariam para produção e todos teriam as mesmas oportunidades para manutenção do regime. Contudo, para isso ocorrer seria necessária uma transição demorada e violenta através de um governo socialista.

Para eliminar a ameaça capitalista e expandir o comunismo, o Estado deveria ser centralizado em um governo oriundo do proletariado que não poderia surgir de outra forma, se não de uma revolução violenta dos trabalhadores. Assim, com o Estado-Nação forte, este regularia todas as áreas da sociedade, ditando as regras da transição e buscando distribuir com equidade entre os cidadãos as riquezas produzidas. Por fim, quando todos estivessem já preparados e eliminada qualquer ameaça capitalista de retorno, o Estado deixaria de ser necessário para regular as atividades da sociedade, dando origem à real sociedade comunista.

Porém na transição socialista, o Estado não pode ser questionado para implementar mudanças tão drásticas e às vezes impopulares, portanto as vozes de oposição e de domínio que ecoam no capitalismo precisam ser caladas. Assim, a religião precisa ser extinta (vista como meio de controle e subordinação social), a mídia controlada (expositora de fatos, nem sempre são interessantes serem expostos), os que ameaçam o equilíbrio estrutural da sociedade precisam ser eliminados (burgueses capitalistas e homossexuais) e quaisquer outros que se opusessem ao regime socialista. A economia seria totalmente controlada pelo Estado ditador do que produzir, o que não produzir e o que cada cidadão ganharia, distribuindo (em teoria) igualmente a riqueza. 3. Então, qual candidato (Bolsonaro ou Haddad) se aproxima mais desses dois modelos? Haddad é tido como um candidato "social-democrata" que defende a democracia e atende aos interesses do establishment político brasileiro que vigora desde 1989. Contudo, ao analisar o plano de governo original apresentado ao TSE pelo PT em agosto de 2018, observa-se nuances diferentes do rótulo. O mais notório ponto em seu plano de governo é claro no item 1.4: "O BRASIL PRECISA DE UM NOVO PROCESSO CONSTITUINTE: A SOBERANIA POPULAR EM GRAU MÁXIMO PARA A REFUNDAÇÃO DEMOCRÁTICA E O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS". Sob as mesmas alegações de refundar o país, desenvolver, oferecer a soberania popular, Hitler e Mussolini lançaram as bases do Fascismo. Além disso, o PT em diversos pontos de seu plano de governo demonstra a vontade de manter o Estado forte, presente e interventor direto e ostensivo na economia e em outros setores da sociedade.

Bolsonaro por sua vez é tido como um candidato de "ultra-direita" sendo até acusado de promotor do fascismo no Brasil. Mas, ao analisar o plano de governo original apresentado ao TSE pelo PSL em agosto de 2018, observa-se nuances também diferentes do rótulo. O mais notório do plano de Bolsonaro é o alinhamento com uma plataforma liberal-conservadora que vai de encontro ao progressismo fascista e comunista. A defesa de valores familiares tradicionais, a liberdade para as pessoas decidirem suas vidas sem a intervenção estatal exceto para garantia de segurança, educação e saúde à maioria, bem como a fiscalização e monitoramento da prática econômica. Além disso, medidas para evitar o doutrinamento em cursos universitários e escolas que reproduzem como papagaios os pensamentos socialistas como bons e nobres, e em "defesa da democracia" marginalizam e ridicularizam pensamentos diferentes, pró-capitalismo e liberalismo.

Logo, com isto em luz observa-se que Fernando Haddad aproxima-se muito mais de um possível fascismo brasileiro do que Bolsonaro. Pois o primeiro defende em Estado forte, refundação da república com uma nova constituinte que não se sabe até onde mudará o país como o entendemos, quer uma classe burocrática, corrupta e estatizante intervindo na economia e vigiando aqueles contrários ao regime tudo em nome do desenvolvimento e soberania popular. Já o segundo defende as liberdades individuais, a livre iniciativa e um Estado cumpridor de sua função e nada mais além disso, sempre controlado e restrito à lei.

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