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O juros no Brasil é alto? A discussão ganha holofote com indicações de Haddad à Diretoria do BACEN.

Com a subida da esquerda ao poder, e as indicações para a diretoria do Banco Central, a discussão em torno do juros alto no país cresceu.

O que faz com que a taxa de juros seja alta no Brasil? Muitos pensam na questão inflacionária, mas é apenas um fator que influencia a taxa de juros no país. Há sim, a tendência de subida de preços, principalmente pela atual lógica do governo em subir impostos, mas também é preciso observar o nível do risco de investimento no Brasil e no mundo, além da questão cambial com a fuga de capitais que uma política mal calculada de juros baixos pode gerar.


Muitos sabem que a elevação da Selic visa combater a inflação, mas desconhecem como isso se dá. A taxa de juros Selic representa a base de juros para o mercado, isto é, é o juros mais baixo a ser cobrado em operações financeiras no Brasil. Assim, com a Selic nos atuais 13.75% ao ano, significa dizer que não se oferece crédito no país abaixo disso. E quais as consequências de quando esse piso sobe? Ao subir, o custo do crédito (instrumento usado para capitalizar empresas, para facilitar acesso a produtos mais caros, e referência para muitos mercados importantes) sobe.


Com essa subida do piso, o acesso ao capital fica mais custoso e isso impacta a atividade produtiva. Mas o efeito é como um remédio calmante: Diminui a atividade do corpo, e traz mais tranquilidade e paz para quem o toma. A alta de juros é instrumento para frear a desvalorização da moeda diminuindo sua circulação. Assim, o crédito fica caro, e as pessoas buscam evitar empréstimos e o governo deve pagar mais aos seus investidores. Em um país que depende muito do Estado para girar a economia, o efeito é duplicado, pois o governo também tomará menos empréstimos para promover políticas públicas.


Além de diminuir a moeda em circulação, é preciso observar também o movimento de entrada e saída de capital no Brasil. Nesse sentido, investir, desde a pandemia em 2020, tornou-se uma atividade mais arriscada hoje do que era até então. Some-se a isso o fato de que o mundo vive uma instabilidade geopolítica com o conflito ucraniano e a ameaça chinesa sobre Taiwan, o que eleva o perigo econômico significativamente. Qual a solução? Buscar os destinos mais seguros e garantidores de pagamento com retorno. Assim, países como EUA, Europa e Japão são mais atrativos para investidores nessas instabilidades, em detrimento de emergentes como o Brasil.


Ainda em finanças internacionais, os EUA vivem uma crise de crédito severa com bancos quebrando. Esse problema foi instalado por juros baixos artificialmente mantidos pela atual administração de Joe Biden. Com isso, bancos começaram a quebrar e produtos a faltar em prateleiras de mercado (cenas vistas até então somente em países mais pobres). Agora, o FED (Federal Reserve), Banco Central do país, está com a tendência em aumentar a taxa de juros americana para compensar. Com isso, os atuais 5.25% praticados lá devem subir. E, em um cenário de alta de juros nos Estados Unidos, países como o Brasil não podem baixar o juros. Por quê?


Com a subida de juros nos EUA, caso o Brasil diminua sua taxa Selic, nosso país poderá amargar fuga de capitais que seguirão para um destino mais seguro. Isso impactará o nível de IED (investimentos externos diretos) no país, além de afetar o câmbio. Se houver fuga de dólares do Brasil, a taxa de câmbio BRL/USD (real/dólar) escalará mais ainda, o que afetará serviços fundamentais como aviação, navegação marítima mercante, produção automotiva, combustíveis, entre outros setores que possuem um mercado altamente dolarizado.


Portanto, com uma pressão inflacionária elevada (principalmente com um governo que tem a lógica de aumento e criação de impostos), com um cenário internacional incerto e arriscado para o investidor, e com o risco de fuga de capital do mercado brasileiro, os juros no Brasil precisam ficar elevados no momento. Há o efeito perverso para o crédito, mas o mal da fuga de capitais e da explosão inflacionária são muito mais perversos: Veja o exemplo ao lado na Argentina.


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