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O apagar das luzes na Europa: O início da Guerra entre Rússia e Ucrânia (ainda?)!

O advento do conflito entre Rússia e a Ucrânia. Entenda como os russos se aproveitaram da fraqueza ocidental.

A fraqueza é convidativa ao conflito, ou em outras palavras: Si vis pacem para bellum. Após um quadriênio de paz na última presidência durante a Pax Americana, a hegemonia ocidental é quebrada da maneira mais vexatória e trágica. Na madrugada ocidental dessa quinta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin autorizou o ataque nas regiões de Donetsk e Lugansk, reconhecendo-as como repúblicas russas independentes do governo ucraniano de Kiev. Mas o que levou ao conflito, e por que Putin enxerga com tanta importância o enfraquecimento da Ucrânia? Entenda aqui no Sociedade Inteligente.

O Ocidente dormiu, e os seus inimigos ficaram ousados.


Quando nas eleições dos EUA em 2016, que elegeram Donald Trump como POTUS, progressistas ocidentais e democratas ficaram histéricos pela "ameaça ao mundo". Perigo esse que acabou comprovando ser um verdadeiro governo independente dos interesses industriais bélicos em Washington. Tornou-se o único governo do país norte-americano a não iniciar nenhum conflito direto, sempre praticando a diplomacia e ataques autênticos, porém cirúrgicos, como o que logrou êxito na operação responsável pela morte do líder iraniano Qasem Suleimani.


Porém, um conluio de industriais belicosos, membros do Partido Democrata, entidades progressistas e mídia decidiram empreender uma campanha altamente difamatória que ganhou o "presente divino" da pandemia. Assim, Trump perdeu (duvidosamente) as eleições para o democrata Joe Biden. Ao contrário do que muitos jornalistas brasileiros pensavam (ignorantes e miméticos diários de CNN e BBC), Biden não iniciou um governo de paz e "estabilização do mundo livre" após a "ameaça" de Trump. O que houve foi um verdadeiro governo senil, fraco, que se preocupava com ambientalismo, pautas progressistas igualitárias, mas cochilou na geopolítica e na identificação de verdadeiras ameaças globais.


Somou-se a isso a alta dependência europeia do gás natural russo. Recurso esse que é vital para indústria e residências dos europeus, o enfraquecimento da OTAN, com países divergindo sobre como abordar a ameaça de Moscou, e a própria debilidade militar da Europa. A União Europeia é a representação do hedonismo e pós-modernidade dos europeus. Fraca, sem solução para os problemas seculares do continente e preocupada mais com ideologias que enfraquecem o tecido social, a começar pelo próprio enfraquecimento da autoridade nacional dos Estados-membros. Portanto, com os principais inimigos cambaleando, com uma América dividida e sem liderança, e com o apoio chinês, Moscou viu a janela de oportunidade para mostrar sua força, sob a desculpa do risco da OTAN chegar nas portas de Moscou com a adesão ucraniana.

A Rússia não tem medo das sanções ocidentais


Se há algo claro, pelo discurso feito por Vladimir Putin, é que a Rússia ultrapassou o ponto sem retorno da curva e já se preparou para isso. As sanções ocidentais de Europa Ocidental e EUA aos russos não gera receio a Moscou. A verdade é que o líder russo é um excelente estrategista e já sabia das consequências. Não por acaso, russos e chineses se aproximaram com benefícios mútuos.


Porém, é preciso compreender que a China, diferente dos russos, joga um jogo muito maior. Os russos visam manter sua integralidade territorial, face à desintegração sofrida desde os tempos da Revolução Russa de 1918, conforme citado por Putin no discurso anterior ao conflito com a Ucrânia. Moscou vê a ameaça ocidental batendo à porta com o Ocidente integrando Kiev, além dos interesses econômicos envoltos no gás natural que possui gasodutos que passam por terras ucranianas. Já a China joga o jogo de longo prazo do desgaste do Ocidente.


Pequim ainda não tem condições de encarar em pé de igualdade Washington, portanto precisa desgastar o Ocidente. Nada melhor do que usar os russos, que se veem ameaçados pela OTAN. Além disso, a Rússia consegue um excelente parceiro comercial que pode suprir as deficiências enfrentadas pelas sanções impostas pelo Ocidente, amenizando em muito seus efeitos. A China por sua vez, expõe a fraqueza dos EUA e também estuda os movimentos para fazer sua grande primeira jogada que será a invasão de Taiwan.

A possibilidade do advento da 3ª Guerra Mundial


Como o título diz, é uma POSSIBILIDADE. Contudo, não se pode descartá-la. O conflito tem potencial para se escalar e está presente em terras famosas por começarem conflitos que arrastam o mundo inteiro para a guerra. Mas quem dirá se esse conflito irá elevar-se de internacional, para regional e depois até global? Ora, os atores envolvidos (principalmente Rússia, EUA e China).


Washington tem seus aliados na OTAN, Japão, Austrália e Índia. O outro lado é composto por Rússia, Belarus, China, Irã, Síria, Venezuela. É possível ver um conflito global se desenhando, e ainda assim observar que as relações entre essas nações são em muito interdependentes. Europeus precisam do gás russo, que precisam dos capitais para suas empresas que já sofrem sanções, que vendem para China que detém fortes laços comerciais com os EUA e Europa. Mas essas relações podem protelar a formação de alianças, contudo, em uma escalada de ânimos no Leste Europeu, esses interesses podem ficar em segundo plano.


Finalmente, o tempo dirá como se desenrolarão os eventos na Ucrânia. Mas seja com um êxito russo, ou seja com êxito ocidental. O início do conflito será lembrado como uma fraquejada do Ocidente, em especial do governo fraco e míope de Joe Biden. Um governo que não manteve o embate à ameaça chinesa, o que levou ao apoio de Pequim a Moscou, esse último que estava pronto a agir, diferente da OTAN.

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