O atual governo teria acionado mecanismos financeiros via CAF, com o aval de Simone Tebet, para aportar ao governo peronista 1 bilhão de dólares.
Em 2022, após matéria do Finnacial Times, ficou clara a interferência dos EUA no processo eleitoral brasileiro. Segundo a Folha de S. Paulo, fontes ligadas a Washington, em especial ao seu órgão de inteligência (CIA), afirmaram o descontentamento dos políticos norte-americanos com a guinada de Lula para Rússia e China, após todo o esforço feito "para assegurar sua vitória em 2022". Lula, provavelmente inspirado pela atuação dos EUA (ou a serviço do "Tio Sam"), agora atua de maneira semelhante na Argentina, para tentar uma vitória do seu aliado peronista Sérgio Massa.
Quem relata isso é a jornalista Vera Rosa do Estadão (não de um "blog extremista"). Na sua reportagem, afirma que Lula preparou uma operação de emergência para socorrer os hermanos peronistas com um pacote de US$ 1 bilhão e barrar o avanço forte do candidato de "extrema direita" Javier Milei. O apoio não poderia vir pelo BNDES, já que o atual presidente, Alberto Fernandez, já usou e abusou do banco brasileiro com empréstimos para a construção de um gasoduto em seu país, obra orçada apenas no 1º trecho em US$ 2,5 bilhões. Além disso, ficaria muito escancarada a interferência com o uso de um banco brasileiro. Dessa forma, Lula adotou a discrição como Joe Biden fez em 2022, e acionou um mecanismo financeiro multilateral da América Latina, o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina, antiga Comunidade Andina de Fomento).
A reportagem do Estadão relata que, ainda em agosto, Lula estava com pressa para liberar 1 bilhão de dólares através do banco para o governo argentino, e acionou a representante brasileira no órgão: Simone Tebet. Por deter maior parte do banco, o governo brasileiro tem uma voz maior nas votações, e influencia decisões dos seus membros. Ipsis litteris da matéria:
Tebet é a governadora do Brasil no CAF e por isso a operação de socorro precisava do seu aval. A rigor, o país vizinho não poderia mais ter acesso aos recursos porque já havia esgotado o limite de crédito.
"Crédito na praça" os argentinos não têm nem para emprestar para comprar um carro. Os governos expansionistas monetários (igual ao arcabouço fiscal do Haddad) levaram o país à bancarrota, e a inflação é galopante, pois o governo precisa literalmente imprimir moeda para cobrir o rombo das contas, e não consegue empréstimo com ninguém. Assim, uma intervenção de peso seria necessária para a aprovação do crédito, e nada melhor do que ser amigo do acionista majoritário.
O pior de tudo é que nem um investimento bom se mostrou. Javier Milei segue à frente nas pesquisas, e venceu as eleições primárias argentinas (um mecanismo que não existe no Brasil). Lula está fazendo tudo que pode para impedir a direita vencer na Argentina, mas, pelo que se vê em um país com economia destroçada pela receita financeira que o próprio petista está aplicando no Brasil, foi um investimento em vão que poderia ser aplicado no desenvolvimento regional efetivamente, mas foi para os cofres peronistas.
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