Aparentemente a tática adotada por Israel, incialmente, será o uso de incursões ao invés de invasão massiva com ocupação.
Quando se fala em guerra, o lado atacante tem o maior ônus. Primeiro por agir em campo inimigo, segundo por não ter tanto a garra e disposição de defesa do seu próprio território, e finalmente por desconhecer as possíveis armadilhas que, seja o terreno, ou o lado defensor, poderão reservar na campanha. Nesse sentido, As Forças de Defesa de Israel (IDF), ao que tudo indica pela tática adotada até aqui, visa o mínimo de perdas de seus soldados. Sendo assim, optou-se nesse início de operações terrestres pelas incursões definidas com objetivos específicos.
Uma campanha em larga escala de ocupação é muito custosa. É preciso ocupar com relativa segurança uma determinada porção de terra e estabelecer o controle daquela área. Para isso, são necessários acampamentos, logística, altos contingentes e defesa dos contra-ataques que virão. Por isso, ao que parece, acertadamente as IDF não pretendem, neste momento, invadir em larga escala a Faixa de Gaza. As operações até hoje foram bem restritas e em muito com forças especiais com objetivos bem específicos. Contudo, conforme o conflito evolui, as movimentações mudam.
Hoje, Israel realizou um movimento maior de tropas para o território da Faixa de Gaza. Imagens de um vídeo mostrado pela CNN exibem movimentos aparentes de blindados (o que não dá para precisar em virtude de terem sido filmadas a distância e durante a noite com visão noturna). A despeito do movimento mais significativo, a incursão de Israel demonstra uma tática ainda de incursão com objetivo específico, e não algo maior. Nesse contexto, é preciso relembrar que a Faixa de Gaza, apesar de densamente ocupada, é uma faixa de terra muito pequena e repleta de túneis do Hamas, portanto, as IDF provavelmente buscam assegurar o controle de uma área para incursões de igual ou maior tamanho nos próximos dias.
Além de toda dificuldade que uma guerra urbana, de guerrilha e com túneis (seria como uma mistura de Vietnã e 2ª Guerra Mundial), Israel tem outros problemas em outras zonas de fronteiras. O Hezbollah, um verdadeiro exército de terroristas no Líbano, participou dos atos de 7 de outubro, no planejamento e apoio ao Hamas, e também começou a lançar ataques a Israel. Portanto, as IDF podem estar segurando sua força, sabendo que a Faixa de Gaza é uma área pequena e relativamente mais frágil, para então poder cuidar do Hezbollah posteriormente. Se essas suposições estão corretas, o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: A guerra em Israel não será curta, assim como a guerra na Ucrânia não está sendo.
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