Quando alguém quer ameaçar há elementos cruciais que caracterizam o ato. Alegar ter sofrido uma ameaça não é de fato ser vítima dessa violência.
Guilherme Boulos (PSOL - SP) declarou ser vítima de ameaça por parte de um suposto apoiador do Presidente Bolsonaro. O político e candidato a deputado federal, fez a acusação em entrevista à blogueira e ativista política de esquerda, Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.
Boulos relata que, enquanto estava em atos de campanha na cidade de São Bernardo, um homem primeiro se identificou como apoiador do atual Chefe do Executivo federal, e em seguida afirmou que estaria portando uma arma de fogo. Após, segundo o relato, ele teria levantado a camisa e exibido a arma, colocando a mão na empunhadura dessa, mas sem sacá-la.
Segundo o integrante do PSOL, seus apoiadores e ele saíram do local, deixando o opositor sozinho com a mão na arma. O candidato afirmou que não houve nenhum ato mais severo por ser de dia e uma área comercial de movimento, caso contrário, não sabe o que poderia ter acontecido.
Boulos informou que representará ao Ministério Público Eleitoral sobre o ocorrido. Ele associou ao candidato à Presidência, Jair Bolsonaro, o suposto ato de violência política e afirmou: "Não vão nos intimidar". Veja a declaração de Boulos no Twitter:
Durante uma caminhada de campanha em que estávamos eu e @EdianeMariaMTST, um homem esbravejou "Aqui é Bolsonaro", ao recusar o panfleto de nossas mãos. Em seguida, disse estar armado e colocou a mão na cintura, no cabo da arma.
O incidente aconteceu no fim da tarde desta sexta na Rua Marechal Deodoro, no Centro de São Bernardo do Campo. Vamos entrar com uma representação no MP Eleitoral para investigar o caso e buscar a identificação do cidadão. As ameaças bolsonaristas não vão nos intimidar.
Seguiremos na rua, dialogando com as pessoas e virando votos. Hoje mesmo estaremos no ato em defesa da democracia, às 15h, no Masp. Vamos sem medo!
CONTEXTO
No dia 01/09, a Vice-Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, sofreu suposto atentado no qual um homem empunhou uma arma contra ela, e tentou efetuar o disparo. Contudo, a arma não estaria carregada, e Kirchner continuou sua conversa com apoiadores após o ocorrido.
As suspeitas de armação política de Kirchner, ou de seus aliados, do suposto atentado pairam devido a informações que levantam suspeitas sobre a efetividade da ameaça: Arma descarregada, tranquilidade da Vice-Presidente após o ocorrido e o sumiço acidental e oportuno de dados do celular do agressor. O caso ainda está sob investigação, mas a Polícia argentina já afirmou que houve planejamento no suposto atentado.
Teria sido mais uma "false flag" a de Boulos, como suspeita-se ter sido a de Kirchner?
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