top of page

Guerra Híbrida: Os conflitos do séc. XXI


O Sociedade Inteligente inaugura mais uma série temática bastante atual e que explica muito o atual cenário geopolítico global e também do Brasil. Se há algo que mudou no início do séc. XXI foi o estilo dos conflitos mundo afora. A inauguração disso foi vista a olhos nus no 11 de setembro, quando a nação mais poderosa do mundo viu-se atacada, a despeito do mais forte e mais bem equipado aparato militar global. Esse evento inaugurou uma cadeia de ocorrências nos anos que se seguiram e trouxe à tona dos estudos de guerras o conceito de Guerra Híbrida.


Iremos agora adentrar no mundo da geopolítica e estratégia global para nos debruçar sobre essa nova modalidade de conflito que mudou completamente as guerras tradicionais e os conflitos entre nações do séc. XX. Para isso, nesta introdução será abordado primeiro a gênese e conceituação de Guerra Híbrida e depois será exposto o que cada artigo trará nessa série. Ao final, o Sociedade Inteligente espera trazer para as pessoas um melhor entendimento do complexo e caótico cenário que vem se implantando nas Relações Globais, sejam entre nações, empresas, organizações e entidades com atuação mundial.


A primeira observação que precisa vir à mente ao mencionar Guerra Híbrida é o fato de que ela é uma espécie de "pré-guerra" tradicional. É um estágio conflituoso anterior ao combate franco. Para isso, De Castro (2020)¹ esclarece que a Guerra Híbrida como um conjunto de táticas para afetar ou até eliminar uma capacidade opositora de reação, o que pode evitar o conflito direto. Ainda sobre essa definição, Fernandes (2016)² traz também duas características fundamentais dos conflitos híbridos: A extraterritorialidade e seu ambiente intraestatal. Essas duas características serão abordadas adiante, mas por hora é fundamental compreender que essas características possibilitam guerras que não sejam tradicionais pela ótica clausewetizana (conflitos internacionais ou entre alianças de nações).


Mas afinal, o que é a Guerra Híbrida? Com as contribuições de De Castro e Fernandes, é possível observar que se trata de: Um nível conflituoso precursor do franco combate, no qual são utilizadas ações e táticas em diversos níveis para enfraquecer o inimigo a fim de evitar o embate direto, ou pelo menos, aumentar as chances de sucesso quando o momento chegar.


Além disso, o nome híbrido já indica que trata-se de conflito misto. E a hibridização aqui é entre táticas convencionais com o uso de forças militares, ações diplomáticas e pressão de poder econômico, como táticas não convencionais, por exemplo o uso da desinformação, fomentação de divisão interna, espionagem virtual, uso de grupos de hackers, uso de massas para enfraquecer a autoridade interna de um governo, entre outras formas não tradicionais.


Nas táticas não convencionais, De Castro (2019) salienta o uso de plataformas virtuais e sites poderosos que fazem uso de algoritmos para o que chama de "máquinas de guerra híbrida em plataformas algorítmicas". Esse ponto terá um destaque especial em nossa série, para mostrar como muitos são usados como verdadeiros "soldados virtuais" sem saber que estão sendo manipulados para isso. É uma estratégia formidável, pois tanto há a terceirização das ações em "batalha" como há a isenção de culpa do fomentador do conflito.


Portanto, após compreender um pouco mais sobre o que é a Guerra Híbrida, continue acompanhando essa série do Sociedade Inteligente que passará pelos conflitos tradicionais e sua obsolescência como única forma de guerra, os conflitos assimétricos, guerra cibernética e espionagem virtual, fomentação de divisões internas no inimigo, as plataformas algorítmicas e seu uso na guerra híbrida, e por fim a série terá seu "finale" sob uma ótica completamente nova do Estado. Acompanhe e compartilhe com seus amigos esse trabalho.

Comments


bottom of page