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Eleições francesas: O Brasil fez escola.

Entenda como a coligação de esquerda e centro se uniram para tirar a maioria do partido de direita Rassemblement National (RN).


O resultado das eleições francesas demonstraram o que foi dito aqui no Sociedade Inteligente, no último artigo sobre o país: A França está polarizada. E além da polarização, há outros exemplos em como a política francesa se assemelhou à política brasileira. Entender esse fenômeno é crucial para compreender não somente como foi possível uma coalizão de esquerda ter o maior número de cadeiras, mas também o alinhamento político progressista mundo afora.


Nenhum partido obteve maioria absoluta. De acordo com os resultados finais, a aliança de esquerda Nova Frente Popular (NFP) formada há apenas três semanas, obteve 182 lugares. São necessários 289 assentos para se obter a maioria na Assembleia Nacional de 577 lugares. Assim, não será possível ao NFP governar sem se aliar ao partido de centro-esquerda de Emmanuel Macron. Essa aliança inclusive já está em curso desde a dissolução do parlamento francês em junho.


A coligação centrista Ensemble (Juntos), do presidente Emmanuel Macron, ficou em segundo lugar, com 168 lugares. Isso foi possível graças à aliança citada entre esquerda e centro-esquerda. Macron e líderes do NFP forçaram a desistência de vários pequenos candidatos que pulverizavam os votos, para concentrar naqueles de maior proeminência e garantir o resultado alcançado nesse domingo (07).


Enquanto isso, o Rassemblement National (RN), de direita, ampliou significativamente sua outrora coadjuvante participação, terminando com 143 lugares. Analistas apontam que o resultado bem diferente do primeiro turno, é uma boa vitória para um partido de direita na França, que provavelmente teria sérias dificuldades de governar uma Casa progressistas dentro de um país progressista como a França.


Após a publicação dos resultados preliminares, pouco depois do fecho das urnas, o presidente do RN, Jordan Bardella, criticou o que chamou de "a aliança da desonra" e afirmou que estavam entregando a França para a extrema-esquerda (ao acusar a aliança de Macron com a coalizão de esquerda).


SEMELHANÇAS COM O BRASIL


A política francesa mostrou-se também próxima de movimentos que ocorreram nas eleições brasileiras de 2022. Seja nas alianças, seja em alinhamento de políticas progressistas.


O Essemble, chamado de "centro", na verdade é um partido progressista que não flerta com insanidades mais à esquerda como equalização de renda forçada pelo Estado, controle de preços, etc. Porém, mostrou que, se for preciso abrir mão de seus interesses, prefere um país com uma economia esquerdista danosa, a desistir de pautas de costumes e das fronteiras abertas para a imigração, ou seja, não abre mão da ideologia que vem destruindo o país (e a Europa) por décadas.


Assim, como os tucanos e liberais no Brasil se juntaram aos petistas em 22 para derrubar o governo Bolsonaro, ocorreu o mesmo no movimento entre Essemble e NFP. Inclusive com a manobra política de forçar desistência de candidatos para concentração de votos. Porém, o crescimento significativo do RN no parlamento francês, e a diminuição do Essemble, demonstra que, como o Brasil, a França está polarizada e a direita é uma força política inegável.


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