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Editorial: Teoria de Conspiração

Teoria de conspiração é um sinônimo para mania de perseguição, mentira, psicose, entre outras locuções adjetivas. Veja exemplos.



Doria é um capacho de Pequim: Essa é a teoria mais deslavada que há. Afinal, Doria não fez nenhum acordo com o governo chinês para produzir vacina contra a Covid-19 (mesmo antes da pandemia ser declarada, quase como clarividente). Ele também não recebeu aportes financeiros de empresas chinesas em seu estado, isso é imaginação da cabeça de opositores. E tampouco realizou contratos altamente sigilosos com a empresa chinesa produtora da Sinovac, que nem o Ministério Público tem o poder de investigar.


Felipe Neto e Luís Roberto Barroso "empurram a história" para o lado esquerdo: Essa é outra brincadeira não comprovada. O youtuber imitador de focas e o Ministro "defensor da democracia" que votou a favor do inquérito capitaneado de forma autocrática por Alexandre de Moraes, ambos participaram de uma live juntos para falarem sobre "democracia". Porém achar que foi uma live com ideais de esquerda; achar que em suas redes sociais e ações defendem a "democracia" somente para seus camaradas; pensar que Barroso não tem o menor conhecimento político quando afirmou que a ditadura venezuelana é de direita; tudo isso é coisa inventada por bolsonarista fanático. Além disso, o rapaz de cabelo colorido jamais recebeu patrocínio de empresas chinesas ou com capital chinês, isso é coisa da cabeça de "negacionista".


O Deputado Fausto Pinato (PP-SP) possui fortes ligações com a ditadura chinesa: Essa é outra afirmação psicótica. Afinal, ele nunca desejou a saída do desafeto da embaixada chinesa, Chanceler Ernesto Araújo. Não faz parte da Frente Parlamentar Brasil-China e nem foi um dos líderes presentes na viagem presidencial à China em 2019. Pressupor também que essas ligações com a China influenciariam o político para proferir a frase "ou sai a ala ideológica, ou a guerra está declarada", é algo digno de filmes de ficção científica que nada se identificam com a realidade.


Porém, há "fatos" que parecem teorias de conspiração. O exemplo mais recente foi o do assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, que durante uma sessão no Congresso, apareceu ao fundo da imagem realizando um aceno deslocado que parecia fazer alusão a um suposto gesto de grupos supremacistas brancos dos EUA. Como que psicografando o momento exato de enquadramento, e também "disfarçando" como se estivesse apenas ajeitando o paletó, realizou o gesto repudiado por diversos jornais, inclusive pelo "especialista" em Relações Internacionais da Rede Globo, Guga Chacra, que esqueceu que o mesmo gesto havia sido feito de forma muito mais contundente e intencional por líderes mundiais como o ex-Presidente dos EUA, Barack Obama.


Todos os três primeiros exemplos de Dória, Felipe Neto e do deputado Fausto Pinato são teorias descabidas e sem lógica alguma. O que encontra lastro real hoje no Brasil, segundo os mais famosos meios de comunicação, é achar que um brasileiro nato (pertencente ao governo que mais se aproximou de judeus na história recente do país, que possui um negro como amigo próximo ao Presidente, que visita comunidades pobres pessoalmente) é um "supremacista" aos moldes norte-americanos. Como diria o economista e comentarista da Rádio Jovem Pan, Rodrigo Constantino: Durma com um barulho desses.

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