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Editorial: Putin surra o Ocidente moral e militarmente.


Putin é um estrategista formidável e sabe lidar com todas as formas de guerra da atualidade. A invasão dos russos na Ucrânia demonstra como o líder sabia exatamente quando e como atacar o Ocidente. Invasão por terra e ar, guerra cibernética e posicionamento geopolítico estratégico o levou ao êxito. Uma surra na OTAN e uma demonstração de força principalmente para Washington que deixou claro que o avanço no quintal russo para ali antes da Ucrânia.


Putin não começou a planejar esse ataque à Ucrânia nas últimas semanas, nos últimos meses e nem nos últimos anos. O Presidente russo já via o avanço ocidental sobre o quintal de Moscou nas últimas décadas. A adesão de pequenas nações do Leste Europeu à OTAN demonstrava que mais cedo ou mais tarde a aliança chegaria às portas da Federação Russa. Com seu anseio por poder e dominação, ele sabia que não poderia permitir um avanço que chegasse ao país com maior extensão fronteiriça com os russos na Europa.


Mas o que poucos entenderam é que Putin já tinha resolvido essa questão. O fomento de separatistas russos na Ucrânia, que levou a uma guerra civil foi a ação de Moscou que minou a Ucrânia. Primeiro pela divisão interna, segundo pela consequência gerada por isso. A OTAN tem como política não adicionar membros politicamente instáveis, e por isso avançou aos poucos no Leste Europeu, mas não chegou à Ucrânia depois da ascensão separatista no país.


Assim, os acontecimentos dos últimos dias demonstraram como Putin estava pronto para agir. A invasão da Ucrânia foi o coroamento de uma impecável estratégia que o colocou a frente do Ocidente com suas tropas, com a superioridade aérea dos poderosos caças e bombardeiros russos, com a maior frota de blindados do mundo, e a experiência do único exército temido por Washington até hoje. E também nos fronts não convencionais de embate como na guerra cibernética, com o ataque hacker que precedeu a invasão, e com o correto posicionamento para uma invasão completa.


Portanto, como dito, a invasão russa é o coroamento de anos de planejamento e trabalho. Contudo não é o fim. A Rússia quer mostrar principalmente aos Estados Unidos que suas sanções econômicas e suas forças não são suficientes para deter o que Putin quer finalmente, que é uma espécie de restauração russa com uma mistura de czarismo e força soviética. Se esse objetivo maior será alcançado ou não, o tempo dirá. Mas o que se pode dizer até o momento é que a Rússia está surrando a OTAN e o Ocidente militar e moralmente.

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