Durante a história dos últimos 500 anos, a Europa foi um continente que explorou seus recursos à exaustão, e quando acabaram, buscaram explorar terras ultramarinas para isso. Assim surgiu o colonialismo e a exploração de regiões da América, África e Ásia, para saciar e manter o alto padrão de vida boêmia europeu. Porém, novos polos de poder surgiram no séc. XX e XXI, o que tirou a Europa do centro do mundo. Contudo, os europeus ficaram mal acostumados com o mundo os servindo de forma barata, e por isso, encontraram uma nova forma de explorar países mais pobres: O colonialismo ambientalista.
Como os europeus perderam a soberania de suas colônias com as independências americanas no séc. XVIII e XIX, e africanas no séc. XX, não foi mais possível acessar os recursos naturais e minerais sem o devido pagamento. Além disso, o surgimento dos EUA, e da China mais recentemente, colocaram a Europa em uma posição mais coadjuvante e menos imperiosa. Assim, o velho continente teve que disputar com as novas superpotências, seu acesso aos valiosos recursos de países da América Latina, África e Ásia, além de disputar com os próprios países locais.
Com o cenário desfavorável, os europeus precisavam de duas coisas: Manter o atraso das antigas regiões coloniais, que os manteriam financeira e tecnologicamente dependentes, e também acessar os recursos. Assim, no final do séc. XX foi construída a narrativa ambientalista a partir do Clube de Roma (1972), que visava dar o pontapé inicial das "preocupações sobre o clima". A partir daí foram crescendo os encontros de pessoas "preocupadas" com o futuro do mundo, mas na realidade, o grupo era formado por grandes empresários industriais (inclusive e ironicamente, tendo como o lançador da ideia, o gestor da Fiat à época, Aurélio Peccei).
O ambientalismo cresceu forte com um discurso belo e trágico, que mostrava um mundo perverso que viria com a contínua queima de combustíveis fósseis e destruição de florestas, porém sem oferecer uma alternativa viável de forma universal. Afinal, não se pode inventar energia gratuita, é preciso que ela seja escassa para gerar a necessidade e o ganho exploratório. Portanto, novas fontes energéticas e "menos agressivas ambientalmente" surgiram como energia eólica, solar, biomassa, entre outras. Contudo, para se obter essas energias, são necessários dois fatores: Tecnologia e recursos financeiros (exatamente o que só os países europeus, EUA e Japão possuíam).
Mas apenas deter o monopólio de como ser ecologicamente correto não seria o suficiente, se não houvesse como chegar aos recursos. Assim, esses países encontraram em organizações não-governamentais (ONGs) a forma para obter acesso a esses recursos. Afinal, ONGs ambientalistas falam em nome da defesa do planeta, mas possuem por trás de seus maiores financiadores grandes fundos e empresários que ganham com a produção industrial capitalista. As ONGs conseguem acessar as regiões aonde os recursos se encontram, delimitar as regras para sua extração ou obter as informações necessárias para a exploração dos seus grupos de interesse. Exploração essa que, via de regra, é impraticável sem as tecnologias e conhecimento de países desenvolvidos.
Portanto, o que se vê hoje no ambientalismo é uma retórica que não ecoa mais. As apocalípticas previsões sobre o fim da camada de ozônio, gases de efeito estufa, aquecimento global, mudanças climáticas e agora o mais recente termo usado "desigualdade ambiental", não se concretizaram. Al Gore, político do Partido Democrata americano, ligado a ONGs ambientalistas, prenunciava nos anos 2000 catástrofes na década seguinte, caso o comportamento da humanidade não mudasse para proteger o clima. Contudo o que se revelou é que agora há uma China muito mais industrializada e os EUA correndo atrás para não ficar atrás, além da Índia que cresce forte também sua indústria, e as previsões não correspondem com o que vivemos hoje.
Por isso, o ambientalismo histérico e retórico do "aquecimento" global falha COP após COP. Primeiro por não trazer soluções práticas e viáveis universalmente, segundo por ser mais um cabide de empregos para mestres e doutores, terceiro por não tratarem problemas mais crônicos e urgentes que não geram holofotes, ou precisam de grandes investimentos em tecnologia, como a poluição de lixo, entulho, o saneamento básico nas cidades, ou a real universalização do acesso à energia. Além dessas questões, também é preciso observar que os países mais industrializados (China, EUA, Índia) abandonaram a COP26, o que esvazia totalmente as aspirações da Convenção para o futuro. Caberia ao Brasil, observar essa tendência de insignificância e sair dessa narrativa também, contudo as elites brasileiras sempre almejaram ser tão boêmias, preguiçosas e boçais quanto as europeias. Dessa forma, o destino brasileiro provavelmente será o mesmo dos nossos antigos colonizadores, que só vão concordar com a nossa retórica, mas na prática farão o que for melhor para si, e venderão nossos recursos ao melhor comprador, sem gerar riqueza e desenvolvimento local.
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