Após ser conivente com tudo que aconteceu referente ao processo eleitoral de 2022 e ao 08 de janeiro.
Os militares do Brasil perderam o pouco prestígio que tinham nos últimos meses. Conhecidas por serem instituições confiáveis e simpáticas à população, por terem uma penetração em locais e em níveis sociais que outras instituições da República não conseguem alcançar, as Forças Armadas hoje são malquistas tanto pela esquerda (pelas questões que todos conhecem) e agora pela direita (que vê neles traidores, fracos e coniventes com os abusos ocorridos desde o ano passado).
Dessa forma, os velhos pleitos de militares como melhoria nas condições de trabalho, maiores investimentos na defesa nacional, melhoria de salários, e até maiores efetivos, perderam boa parte do apoio popular que tinham. E somando-se a tudo isso, os militares expuseram a completa e total divisão dentro das Forças Armadas, com militares mais alinhados com interesses patrióticos e nacionais, e aqueles mais corporativistas, carreiristas que seguem a vida conforme o governo no poder.
Para completar, os militares foram humilhados no contexto de função precípua. As Forças Armadas, na Constituição Federal de 1988, recebem a função principal de defesa da Pátria. O Financial Times publicou um artigo afirmando que houve pressão dos EUA, através do governo de Joe Biden, para que as Forças Armadas do Brasil ficassem inertes e não atuassem. Ou seja, um país, interveio diretamente no processo político brasileiro, ferindo frontalmente a soberania nacional em decidir seu próprio destino político, e os militares ficaram caladinhos, sabendo do que acontecia.
Portanto, hoje os militares amargam a vergonha e o desprezo. Com um povo que não acredita nas promessas de proteção, do "braço forte e mão amiga" (vide o engano proposital que foi feito com os manifestantes nas frentes dos quartéis). Há também o fato dos equipamentos militares defasados, velhos e incapazes de defender os interesses do Brasil e mostrar força. E para completar, a total humilhação por terem sido obrigados a baixar a cabeça em matéria interna por interferência de uma outra nação (a definição de derrota de um exército). Tudo isso demonstra que os militares escolheram mal, escolheram errado, e agora pagarão pelo seu erro.
Entre a guerra e a desonra, escolheram a desonra. Agora terão a guerra de forma desonrada.
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