Sugiro leitura complementar de um texto que realizei há quase 2 meses: O apagar das luzes: O fim da Era da Pax Americana.
O Ocidente encontrou inicialmente no Reino Unido no séc. XIX, e posteriormente nos EUA na "Era dos Extremos" a hegemonia de um pensamento liberal democrático que defende a liberdade do indivíduo, limitada pela vontade popular manifesta no Estado Democrático de Direito. Isso permitiu avanços incríveis como a igualdade entre homens e mulheres em termos de cidadania e política, uma era de grandes avanços científicos, a prosperidade de Europa e EUA, com uma proteção mútua, o surgimento de grupos minoritários como LGBT..., feministas, etc. Uma era formidável de liberdade que acabou e não estamos nos dando conta de como isso é trágico.
Acabou pelo paradoxo da democracia. Esse paradoxo consiste em: Por ser genuinamente um regime de governo que busca dar voz a diversos grupos, a democracia só calou após a 2ª Guerra Mundial, uma parte da extrema esquerda (os nazistas e fascistas), deixando comunistas seguirem com seus planos mirabolantes contra a liberdade individual e o povo, em nome do povo. Primeiro na União Soviética, dentro da visão romantizada de Karl Marx, do socialismo. Experiência que comprovou apenas como o socialismo até segrega muito mais que o capitalismo. Depois, a experiência que vivemos atualmente de uma espécie de "neo-socialismo" pós-contemporâneo, o qual exige que todas as pautas de todos os grupos minoritários prevaleçam sobre a maioria popular em nome do "respeito". Não há mais proletários contra burgueses, e sim minorias contra a maioria do povo. Assim, a democracia foi terreno que permitiu o crescimento daqueles que a desprezam e que provavelmente vão derrubá-la.
Além da questão democrática, outro ponto a avaliar é a atuação chinesa na pandemia que, inequivocamente, foi fundamental na derrota de Trump e na revolta popular em curso vista no Capitólio em Washington. E nesse ponto é preciso reconhecer a habilidade geopolítica chinesa em minar o Ocidente de dentro para fora. Patrocínios e/ou compras de grupos midiáticos para ajustar as notícias de forma sutil (já que ainda não vivemos dentro de território chinês), e o "erro" que levou ao caos pandêmico. "Engano" que não custou um tostão aos chineses, afinal, oportunamente estavam prontos para "salvar o mundo" com seus EPIs e insumos a pronta-entrega, e os supostos viveiros de viroses perigosas chinesas continuam em funcionamento até os dias de hoje. Mas o importante mesmo é a obediência inquestionável pelo uso de máscaras e manter a distância, afinal: Que forma melhor de quebrar um ímpeto popular?
Finalmente, seja pelo paradoxo da democracia que não extirpou toda a extrema esquerda de uma vez lá atrás, em nome da liberdade de expressão, seja pela habilidade chinesa em "pandemizar" um vírus, e principalmente o medo, o Ocidente como conhecemos no séc. XX acabou. Começamos a viver a Era da Segunda Pax Sinica, na qual a liberdade será sim cerceada em nome de uma maior "segurança coletiva". O Ocidente viveu da sua hipocrisia e da sua sede de dinheiro e luxúria. Não soube atentar-se aos perigos com o crescimento vertiginoso de uma economia comandada por uma ditadura comunista, e Pequim usou isso contra nós, tomou de nós o poder. Agora viveremos daqui para frente cada vez mais com medo, desconfiados e vigiados. E "assim que a liberdade morre, em um estrondoso aplauso".
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