As últimas declarações de autoridades demonstram que o país não pode sair das 4 linhas que eles desenharam, não aquelas desenhadas na Constituição de 1988.
Tosca e feia a bandeira acima, correto? Sim, mas creio que não há símbolo melhor para descrever a atual "demogracinha" brasileira. Para isso vou primeiro traçar o cenário feito pelo constituinte de 1988, depois apresentar o que temos hoje, com os atuais membros do STF e suas interpretações mirabolantes e politiqueiras. Assim, se revelará como a bandeira representa de fato uma democracia tosca, feia e mal desenhada, assim como é em países do tipo da China, Rússia e Venezuela.
A atual Constituição brasileira de 1988 foi criada em um momento interessante. Receosos com os militares que estavam passando o regime a um governo civil, os políticos optaram por colocar alguns artifícios que garantissem certas liberdades às pessoas. Isso é muito mencionado ao citar o artigo 5º, mas não quero me ater a "juridiquês", até porque não sou jurista. Assim, vou apenas entender o contexto como citei e observar que a esquerda voltava em sua forma branda com o Presidente José Sarney, e, posteriormente, o liberal Fernando Collor de Melo (que durou pouco ao tentar dar ares de maior liberdade para o país).
Após isso, veio o governo tampão de Itamar Franco que catapultou Fernando Henrique Cardoso, um social-democrata que já tinha vínculos com elites de outros países, e bem quisto na elite brasileira. Seu governo fez privatizações apenas necessárias e não garantiu que o estado ficasse livre de um novo fantasma neocomunista, o gramscismo. Esse erro também acometeu os militares durante o regime, e assim, enquanto sociais democratas pavimentavam o caminho para a esquerda raiz nas faculdades, meios artísticos e redações de jornais.
Lula assumiu nos anos 2000 mas soube fingir que era um democrata e acenou ao establishment com o inicial respeito ao mercado financeiro e às liberdades. A estratégia, baseada nos escritos gramscianos e de outros autores, era ocupar paulatinamente espaços dentro da estrutura estatal e continuar alimentando os setores culturais e informacionais. Assim, quando Dilma assumiu, o PT cometeu o erro de pensar que as estruturas estavam seguras o suficiente para irem para cima da área mais sensível, a economia.
Os erros de Dilma, fomentados por uma doutrina nacional desenvolvimentista exacerbada, causaram a pane que abriu a brecha para a direita aproveitar com o surgimento de Bolsonaro. Bolsonaro, muitos o têm como líder da direita, porém me permito divergir desse pensamento. Ele é apenas um mensageiro. O que Bolsonaro fez foi exibir em praça pública as entranhas nojentas, podres e fétidas das instituições falidas de uma sociedade corrupta. A principal mensagem de Bolsonaro foi: ACORDEM, VOCÊS NÃO SÃO LIVRES!
Essa mensagem ainda ecoa, mesmo com o ex-Presidente inelegível de forma absurda, e com muitos apoiadores inocentes presos politicamente, tendo sido levados inicialmente ao primeiro campo de concentração da história do Brasil. Isso irrita profundamente o atual regime "democrático". Primeiro porque expõe que eles não são nada democráticos, segundo por fomentar ainda mais a popularidade de Bolsonaro, e terceiro por desafiar tiranetes tupiniquins. O ato de resistência real hoje é ser conservador contra um regime podre instaurado pela esquerda petista.
Dessa forma, hoje, em muito apoiado em um tirano que os próprios petistas criticavam nos anos 2010, a esquerda petista (aliada com um capitalismo monopolista e globalista) criou um regime de exceção no Brasil. E o regime de exceção é justamente configurado quando pessoas que deveriam ser iguais, cometem crimes iguais, umas são punidas, outras não, a depender de quem está no poder. Ou, "crimes" são criados para punir somente um lado que pratica determinado ato por convicção. Assim, não se respeita princípios básicos do Direito como o juiz natural da causa, a inamovibilidade do juiz, o direito a ampla defesa e contraditório, além da suspeição de uma vítima julgar uma causa. Vale tudo para condenar inimigos e absolver aliados.
E esse é o Brasil que vivemos hoje. Traficantes, bandidos, assassinos são soltos, o crime organizado cresce no país, enquanto pessoas sem antecedente criminal algum, sem cometer crime, são condenadas a 17 anos de prisão por ousarem pedir transparência eleitoral. Muitos vândalos são condenados por "atentado golpista", quando o MST que já fez o mesmo (mais de uma vez) não sofre a mesma penalidade. Um ex-Presidente, comprovadamente corrupto e quadrilheiro, com provas fartas, teve todos os julgamentos anulados por um detalhe processual, enquanto outro ex-Presidente, por ter se reunido com embaixadores, cumprindo seu mandato como Chefe de Estado, é punido com inelegibilidade dobrada (uma inovação para exterminá-lo) politicamente.
Tosco, feio, mal-feito e vermelho (de sangue de pessoas que já morreram nessa guerra), esse é o atual Brasil. Um país decrépito, zumbi, que parece estar vivo, mas realmente não tem nada. Não é rico, tem um povo burro, miserável, e tratado como gado pelas autoridades. Um povo que só pensa em carnaval e futebol. E políticos que usam isso para se manterem no poder. Não apresentam sequer um plano de nação para o país ter um norte a seguir. Esse é o Brasil da esquerda, uma democracia de fachada, que apenas tem um processo eleitoral, mas o regime não é livre, e não se pode questionar nada. A bandeira brasileira está vermelha com o sangue de Clézão e outros que padecem acreditando ou que creram em um país melhor.
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