Republicanos e aliança de centro-direita obtém 33 cadeiras na Assembléia Constituinte chilena e determinarão novo teor da nova Carta Magna do país.
A vitória da direita no Chile traz muitas lições para o Brasil. Desde a paciência na derrota para o esquerdista progressista Boric, passando pela organização da oposição internamente, até a vitória na Constituinte agora que pode tornar Boric um mero Presidente figurativo, mas esvaziado e sendo obrigado a respeitar uma Constituição conservadora. Vale lembrar que a vitória da direita vem logo após a eleição no Paraguai do Presidente Santiago Peña, também conservador, o que demonstra que conservadores e liberais mais à direita estão no jogo político da América Latina.
A derrota para Gabriel Boric parecia inicialmente capital para a direita na América Latina. Afinal, o Chile é o país mais próspero do continente e o único que faz parte da OCDE. Além disso, o Chile teve décadas de governos liberais e com a esquerda mais autêntica sempre rechaçada no país. Contudo, a vitória de Boric foi celebrada pela esquerda e vista como oportunidade para um avanço forte de políticas socialistas e identitárias. Porém, os vencedores viram-se confortáveis demais e partiram para cima de setores opositores da sociedade: Igrejas atacadas, conservadores perseguidos e políticas progressistas muito ousadas sugeridas (como o aborto). Assim, o excesso de confiança e a euforia trouxeram a derrota da esquerda.
A direita, liderada pelo candidato derrotado por Boric, José Antônio Kast, se reorganizou. Sabendo da tradição chilena mais à direita e avessa a propostas como aborto, como aumento do Estado em uma economia liberal, começou a explorar o assunto na sociedade. Com os ataques a Igrejas e manifestações progressistas absurdas sobre aborto, sobre princípios religiosos e a família tradicional, partidos de direita ganharam força e impediram que uma Constituição esquerdista fosse aprovada em 2022 no país, o que forçou Boric a convocar uma nova Constituinte para tentar mudar leis que não poderia fazê-lo sem esse instrumento.
Então, nessa semana, quando a formação da Constituinte proposta seria definida, Boric sofreu a derrota que pode ter colocado o líder esquerdista para um papel meramente figurativo. Com a maioria, a direita definirá o texto da Constituição que será confeccionada. O Partido Republicano do Chile, partido de direita, obteve 22 cadeiras. Mas não bastando isso, a aliança de centro-direita entre UDI, RN e Evópoli também conquistou 11 cadeiras. Restaram apenas 17 para uma aliança de esquerda e centro esquerda. Logo, com maioria absoluta, a direita ditará o novo texto máximo da Justiça chilena.
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