Macron está completamente fragilizado e a esquerda francesa chora nas ruas com protestos violentos.
A crítica em cima das novas eleições, feita pela centro-esquerda de Emmanuel Macron, que dissolveu o parlamento francês e convocou novas eleições, foi compreendida na noite desse dia 30. Alguns analistas apontam que ainda há o segundo turno, próximo dia 07, e que a queda do partido de centro-esquerda de Macron (obteve a terceira posição apenas) trará incertezas maiores à política francesa. O partido de extrema-esquerda Noveau Front-populaire (NFP) que também cresceu, obteve 28% dos votos. O Reassemblement National (RN) de direita foi o primeiro colocado com 33% dos votos.
A verdade é que provavelmente nenhum partido obterá maioria absoluta necessária para uma estabilização política do país. O RN, de Marine Le Pen, terá que negociar com a centro direita que ficou em 4º lugar (Les Républicains - LR) com 10% dos votos. Essa manobra necessária, se bem sucedida, pode viabilizar um governo de centro-direita na França, porém obviamente com a maioria dos parlamentares de direita.
As projeções mostram que, após o segundo turno de votação no próximo domingo, o RN ganharia entre 230 e 280 assentos na câmara baixa de 577 assentos – um aumento impressionante de sua contagem de 88 no parlamento cessante. O NFP foi projetado para garantir entre 125 e 165 assentos, com o Ensemble (coalizão de partidos que apoia Macron) atrás com entre 70 e 100 assentos. O número de cadeiras do LR poderá chegar a 30 assentos, o que garantiria a maioria em uma coalizão de direita.
Políticos e jornalistas brasileiros de esquerda reclamaram das eleições francesas. Jamil Chade falou em "tentação populista da extrema direita". A deputada comunista Jandira Feghali falou em união da esquerda contra a "extrema direita" e em fascismo. Jornais progressistas do mundo inteiro repetiram o termo "extrema direita" ao noticiar as vitórias do RN na França.
Como dito, ainda há o segundo turno daqui a uma semana, porém é muito difícil uma reversão abrupta de resultados. E, para piorar o cenário para a esquerda de Macron, a aliança que o atual Presidente francês criou está sendo assediada tanto pela extrema-esquerda do NPR, quanto pela direita do RN, uma vez que tal aliança ficou com um amargo 3º lugar e muitos pequenos partidos dessa aliança buscam maior influência na política francesa.
Cabe agora esperar o resultado das próximas eleições do dia 07, mas a França está definitivamente polarizada.
Comments