Especialistas veem essa medida como a porta que se abre para a pedofilia no país.
Não é só o Brasil que padece de cortes acasteladas e que passaram a governar o país. Passando por cima do Legislativo e agindo na função da Casa do Povo, a Corte mais alta da Colômbia aprovou nas últimas semanas o casamento de pessoas adultas com crianças de mais de 14 anos de idade. Uma decisão que pode abrir a porteira para muitos problemas sociais e econômicos.
O Supremo Tribunal do país entendeu o seguinte, nas palavras da decisão emitida:
[Os maiores de 14 anos podem decidir] sobre a própria vida e assumir responsabilidades conforme a sua idade e maturidade [...], ninguém mais poderia ser dono de seus destinos [e um indivíduo dessa idade deve ser] livre e autônomo na plenitude dos seus direitos.
O texto parece bonito, mas é uma péssima escolha do ponto de vista civilizacional e socioeconômico. O Presidente da plataforma Unidos por la Vida, Jesús Magaña, afirma que a decisão é eivada de contradições e abre as portas para pedofilia, além de parecer ignorar leis já vigentes que impedem esse ato.
Magaña prossegue na sua crítica citando os malefícios econômicos e sociais da medida:
Temos aqui uma situação delicada que todo mundo entende facilmente: um jovem de 14 anos não tem todos os recursos, nem a maturidade psicológica, nem física, para conseguir estabelecer compromissos com opções permanentes de vida, como a fundação de uma família.
Crianças constituindo famílias sem ter condições para fazê-lo, além de que a medida pode incentivar a evasão escolar por crianças iniciadas sexualmente de forma precoce, ou que se casem com adultos que se aproveitem da vulnerabilidade dessa para força-la a uma união indesejada.
Em complemento, Magaña atenta para as incongruências da decisão. Afinal, na Colômbia, uma criança dessa idade não pode dirigir, beber, ser responsável por algo, responder de forma criminal como uma pessoa maior de 18 anos. "É uma contradição, um desatino e uma visão ideologizada por parte desses magistrados da Corte Suprema", complementa. A verdade é que a decisão parece um eufemismo para legalizar que pessoas maiores de idade se envolvam com crianças sob a chancela de uma decisão judicial que legisla sem ter sido eleita para isso.
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