O Primeiro-Ministro canadense, de origem liberal-progressista, tornou-se um autoritário que persegue opositores ideológicos e implementou medidas políticas polêmicas no seu governo.
O Canadá passa nas últimas semanas por um embate político entre a população, representada pelos caminhoneiros, e o governo de Justin Trudeau que é acusado de autoritarismo e abuso de poder no uso das suas atribuições como Primeiro-Ministro do país norte-americano, sem ter a maioria do Parlamento. Mas como a situação chegou a esse ponto?
Justin Trudeau é um político herdeiro do seu pai, Pierre Trudeau, filiado ao Partido Liberal do país desde 2013. Após uma década próspera e de posturas discretas e focadas no desenvolvimento do bem-estar canadense promovido pelos conservadores do país, Trudeau foi escolhido como Primeiro-Ministro em 2015. Autodeclarado feminista, o líder canadense é, na melhor essência da palavra, um progressista pós-moderno. Não a toa, o líder foi homenageado à época pela trágica ex-Presidente Dilma Roussef.
Com o advento da pandemia, o lado menos tolerante de Trudeau veio à tona. Lógico que menos tolerante com quem não se identifica com o progressismo. Antes, em 2019, Trudeau perdeu a maioria do Parlamento canadense, obrigando-o a tomar decisões políticas que o fortalecessem fora de um "cenário democrático", e com o governo menos popular da história do Canadá. Então, a pandemia chegou, e conforme dito por Lula, "foi um presente de Deus" para Trudeau.
Uso de máscaras obrigatório, independente do número de casos e mortes, lockdowns ineficazes e vacinação obrigatória, essas foram as marcas do Primeiro-Ministro canadense. Contudo, Trudeau, sem a maioria do Parlamento, sofreu com a impopularidade e o risco de ser deposto do cargo. Assim, duas medidas foram adotadas no país:
Banimento de fuzis do seio da população, com a desculpa de ataques que ocorreram na Nova Escócia em 2020;
Trudeau aconselhou Mary Simon (Governadora Geral) a dissolver o Parlamento para convocar novas eleições e formar um governo majoritário.
As medidas são autênticas de um ditador ao melhor estilo Nicolas Maduro, porém não tiveram êxito e o governo continuou com a minoria no Legislativo canadense. Então, com uma população insatisfeita com medidas autoritárias, e uma economia em dificuldades com lockdown ineficaz, surgiu o movimento dos caminhoneiros contra o Primeiro-Ministro. Os trabalhadores começaram uma onda de manifestações, que logo tiveram a adesão do povo em geral, contra a obrigatoriedade da vacinação imposta por Trudeau, a qual impede caminhoneiros a trabalharem sem o passaporte sanitário.
Mas Trudeau não fugiu à sua veia esquerdista e agiu invocando o Emergencies Act. Uma espécie de AI-5 canadense que autoriza o governo a sequestrar bens, serviços e pessoas, limitar a liberdade de locomoção e reunião, bem como proibir manifestações públicas. Com esse esteroide de poder, o Primeiro-Ministro restringiu todas transações com criptomoedas sob a alegação de estarem sendo fonte de recursos para "grupos terroristas" nas palavras de Trudeau. Há manifestações de líderes de províncias por todo o país contra a ação extremada de Trudeau. As consequências, só o tempo dirá.
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