top of page

China contra Taiwan: Uma análise geopolítica de um barril de pólvora.

China testa cada vez mais possíveis ações militares contra Taiwan, o que configuraria uma agressão à soberania da ilha.

Superpotências precisam demonstrar força e capacidade ofensiva para terem seus interesses atendidos ao redor do Globo. A China que emergiu nos últimos anos como a nova superpotência que faz frente aos EUA, está estabelecendo seu quintal geopolítico, assim como os EUA fizeram na Europa e América Latina. Contudo, há uma dificuldade muito maior no caso chinês pela composição da sua desejada "área de influência hegemônica".


Os Estados Unidos foram precavidos o suficiente (e também ajudados pela sua posição no globo) para não deixar nenhum vizinho ser forte o suficiente para enfrentá-lo de igual para igual. Dessa forma, conseguiu delimitar muito bem sua área de hegemonia geopolítica na segunda metade do séc. XX. A China por sua vez enfrenta uma dificuldade grande na sua localização. Primeiro por fazer fronteira com vários países, um deles também com forte poder militar e econômico (a Índia), segundo por ter sua saída para o Pacífico permeada de países insulares que não são fracos.


Mas o maior desafio chinês está no seu maior rival histórico, e atual aliado dos EUA, o Japão. Esse possui forte avanço tecnológico e uma população que não se pode ignorar, além de estar a cada dia mais retomando a força militar dos tempos da Segunda Guerra Mundial, quando era o temor do Pacífico. Assim, a China está diante de um complexo teatro geopolítico para se consolidar como real superpotência, e precisa, inevitavelmente, demonstrar força para seus vizinhos. Logo, Pequim escolheu como o bode expiatório a ilha de Taiwan.


Taiwan é uma ilha que fica próxima à costa chinesa, e recebeu as forças lideradas por Chiang Kai-shek, nacionalistas que lutaram (mas perderam) ao tentar impedir a revolução comunista de Mao-Tsé Tung. A China comunista não reconhece a soberania e independência de Taiwan, afirmando que o local é território exclusivo chinês. Essa postura chinesa tem sido cada vez mais agressiva nos últimos anos, tendo em vista o cenário geopolítico descrito, e a necessidade de Pequim demonstrar força para seus adversários regionais.


Com isso, caças chineses penetram por vezes o espaço aéreo de Taiwan e testam a paciência, bem como o tempo resposta da Força Aérea do país. Além disso, recentemente foi observado pelo canal especializado em temática militar "Hoje no Mundo Militar" a "dronização" de caças antigos chineses, com a possível finalidade de saturação das defesas aéreas da ilha, ou então seu uso como drones kamikazes contra instalações militares do país insular. Não só no campo militar, mas a diplomacia chinesa tem avançado o discurso áspero contra Taipei, com declarações diretas da intenção de conquistar a ilha.


Apesar dessa postura, os chineses possuem dois problemas sérios que ainda os impedem de agir de forma final contra Taiwan: Os Estados Unidos são obrigados por lei a oferecerem ajuda militar a Taiwan no caso de um conflito, o que poderia levar a uma guerra mais longa do que os chineses possam suportar; e o que aconteceria após a conquista da ilha por Pequim, que não teria mais nenhuma desculpa para impedir uma reação feroz tanto dos Estados Unidos, quanto do Japão e outros países.

Comments


bottom of page