Desinformação tem sido veiculada pelo Globo, Veja e pela milícia digital conhecida como Sleeping Giants.
Os protestos que ocorrem nas últimas semanas no Canadá ganharam notoriedade pela luta dos caminhoneiros pelo direito de trabalhar. O Primeiro-Ministro do país, Justin Trudeau, que já foi tema de artigo aqui no Sociedade Inteligente, convocou o Ato de Emergências (lei que concede superpoderes políticos ao Chefe de Governo) para poder "conter" as manifestações que o veem como ditador e autoritário.
Com esse cenário, os caminhoneiros do país ficaram revoltados após o governo canadense obrigar os trabalhadores a se vacinarem, impedindo que esses transitassem entre províncias sem a apresentação do passaporte sanitário. Assim, resolveram protestar contra essa medida, sem quebra de patrimônio público ou privado, e sem agressões não provocadas.
O movimento ganhou adesão popular (contrariamente ao que Trudeau acreditava), o que levou à famigerada invocação do Ato de Emergência. Com esse poder, o governo canadense pôde suspender certos direitos civis, liberdades individuais e até sequestro de bens e recursos financeiros, além de proibir doações e transações financeiras com qualquer caminhoneiro envolvido nos protestos.
A notícia correu o mundo, e no Brasil, jornais têm veiculado uma desinformação sobre o freedom convoy.
Não apenas os jornais O Globo e a Veja, mas a milícia digital conhecida como Sleeping Giants também veiculou a desinformação via Twitter.
"Polícia canadense prende mais de 100 manifestantes antivacina do 'comboio da liberdade'.
O grupo está bloqueando estradas no Canadá e impedindo a liberdade de ir e vir das pessoas".
Como visto, a milícia não apenas divulgou a desinformação sobre os manifestantes, mas afirmou (de forma equivocada) que o grupo estava impedindo a liberdade de ir e vir das pessoas, sendo que os caminhoneiros lutam pelo fim das restrições e pela liberdade de todos poderem se deslocar sem a apresentação do passaporte sanitário. A título de informação, o passaporte sanitário foi adotado amplamente no passado, na Alemanha nazista, com o intuito de separar os menos puros que não tinham plena saúde.
O jornal Washington Times aponta a real demanda dos caminhoneiros canadenses que é o fim do passaporte sanitário, e não uma demanda antivacina como alegado pelos jornal e pela revista citados.
Província de Alberta cede aos caminhoneiros do Canadá e termina com o passaporte sanitário.
Especialistas em infectologia alertam para a ineficácia e arbitrariedade da medida do passaporte sanitário, uma vez que a vacina não impede que pessoas que a tenham tomado transmitam o vírus. Na verdade, o passaporte sanitário funcionaria mais como uma medida política do que sanitária, em uma espécie de "licença" para espalhar o vírus.
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