A diferença de popularidade entre os dois antagonistas políticos ficou exposta em um único dia no qual ambos saíram às ruas.
Fonte: Canal do Youtube - Folha Política
Neste sábado dois cotados para corrida presidencial do ano que vem foram às ruas. O atual Presidente Jair Bolsonaro e o Governador de São Paulo, João Doria, participaram de eventos distintos e também sentiram recepções completamente diferentes. Enquanto Bolsonaro visitou uma comunidade carente do Distrito Federal, a qual recebe imigrantes refugiados da ditadura venezuelana, Dória foi a evento com apoiadores, porém não contava com a presença de um penetra que o criticou pelo fechamento de igrejas.
O Presidente Jair Bolsonaro gosta, aos finais de semana, de realizar passeios e visitar comunidades carentes da capital federal. Sem ensaios, sem contenções além dos responsáveis pela proteção presidencial, Bolsonaro visitou nesse sábado uma comunidade na região de São Sebastião, no Distrito Federal. Ao passar pelas ruas, sob aplausos dos moradores, tirou fotos e conversou com várias pessoas que inclusive elogiavam Bolsonaro como o primeiro Presidente a visitar a comunidade.
No trajeto, o chefe do Executivo parou em uma residência que serve como espécie de pensionato para refugiados venezuelanos, que fogem do regime do ditador Nicolas Maduro. Em conversa com mulheres desse país, Bolsonaro foi apoiado, além de receber denúncias sobre o estado de total miséria que se vive na Venezuela, com relatos de pessoas comendo cachorros, cavalos e até lixo para poder sobreviver.
Ainda na residência, Bolsonaro ressaltou que muitos políticos usaram seu nome para se elegerem, como o caso de João Dória. O então candidato ao Palácio dos Bandeirantes usava a hashtag #bolsodoria para promover sua campanha e se aproximar da imagem do Presidente. Porém, logo após as eleições, Dória se distanciou e virou inimigo político do atual governo federal. Durante a conversa com as mulheres venezuelanas, Bolsonaro chamou Dória de patife, o que gerou risadas em todos os presentes. Após a declaração, a hashtag #DoriaPatife viralizou nas redes sociais.
Fonte: Canal do Youtube - Folha Política.
Em São Paulo, por sua vez, o Governador tucano João Dória também se movimentou. Participou em evento do Governo de São Paulo, no qual causou aglomerações com várias pessoas próximas. Algumas com máscaras erradas ou inapropriadas, em um ambiente pequeno que, apesar do pouco número de presentes, acabou violando o distanciamento social próximo ao governador. Em nenhum momento pareceu haver preocupação com esse quesito de segurança sanitária no evento.
Porém, diferente de Bolsonaro que fora apoiado pelo povo nas ruas, Dória teve uma surpresa ingrata ao final do evento. Um homem começou a questionar o governador, por que ele promovia aglomerações e não deixava as igrejas funcionarem? O tucano ouviu frases como "O senhor é perseguidor das igrejas". O embaraço levou ao chefe do Executivo paulista abandonar rapidamente o local e de cabeça baixa, Dória só respondeu: "Deus abençoe".
Tweet de @Vlogdolisboa2 com vídeo que mostra momento que Dória é criticado.
CONTEXTO
As duas aparições em público ocorrem após ambos os líderes serem cobrados por resultados no combate à pandemia. O Presidente Jair Bolsonaro trabalha pela vacinação em massa da população, mas sempre ressalta a liberdade do indivíduo escolher ou não se vacinar, além de também incentivar o retorno às atividades para evitar o colapso econômico e a perda de empregos. Bolsonaro enfrenta questionamentos sobre a condução da pandemia pelos opositores, o que resultou na manobra política do Ministro do STF, Luis Roberto Barroso, para implantar a CPI da Covid em decisão monocrática inédita.
Por outro lado, Dória é fortemente cobrado por supostamente desviar recursos enviados por Brasília, para o combate à pandemia. Esses desvios são acusados como terem ido, em parte, para pagamento de campanhas publicitárias, inclusive no caso do blog O Antagonista, que recebeu recursos da Fundação Padre Anchieta, responsável pela TV Cultura, mantida pelo governo paulista. Além disso, há as aparições faraônicas de Dória em eventos, inclusive até em casos onde o Governador de São Paulo usurpou o anúncio de auxílios federais, escondendo as insígnias da União, para receber o capital político que deveria ir para Brasília.
Aparentemente, as ações de Jair Bolsonaro tem surtido mais efeitos na população, pois o Presidente sai sem combinar com amigos ou imprensa e vai diretamente falar com o povo a céu aberto, e é recebido de forma amistosa. João Dória, no sentido contrário, mesmo em eventos fechados e em espaços pequenos consegue encontrar seus críticos e desafetos, mesmo com os milhões investidos em propaganda.
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