A dependência comercial do regime ditatorial chinês vem se mostrando nociva ao mundo ocidental e ao Brasil em específico.
A #BloqueioComercialChinesJa é levantada em meio à maior crise econômica do capitalismo e do Brasil. Bloquear o maior mercado consumidor do mundo seria a resposta punitiva aos erros cometidos pela China no inicio da pandemia? Esse será um breve comentário focado na balança comercial e em alternativas ao principal parceiro comercial do Brasil.
Primeiro, não é segredo a ninguém que a China é o maior mercado consumidor do mundo e maior parceiro comercial brasileiro. Em 2019, quase 1/3 das exportações foram para o país asiático, o que rendeu um superávit de US$ 27,6 bilhões FOB (carga embarcada já com os custos do frete e seguros pagos pelo cliente). Ou seja, será que o Brasil estaria preparado para abrir mão de R$ 151 bilhões de reais (valor aproximado) em meio à crise que vivemos?
Uma alternativa poderia ser: Diversificar parceiros para diminuir ao máximo a dependência da economia chinesa. Contudo, não há como negar que a China é hoje o motor do capitalismo mundial. E o Ocidente (Brasil incluso) paga o preço por não ter sanado esse paradoxo lá atrás, quando Pequim começou a crescer em média 8% ao ano, mesmo sob um regime totalitarista comunista com mão-de-obra praticamente escrava (mas o importante era que os produtos no Ocidente chegavam a um preço bem convidativo). E agora que o mundo está literalmente "comendo na mão dos chineses", qualquer tentativa de mudança dessa realidade passa por um forte impacto socioeconômico além da crise atual.
Portanto, ao invés de levantar hashtags, a tropa das redes sociais do governo deveria sim pressionar os agentes políticos para diminuírem os gastos públicos inclusive e principalmente com salários exorbitantes dos servidores (sejam de carreira, de confiança ou políticos) e deixar questões já vencidas de lado. Afinal, se o Brasil não vender para a China, venderá para quem? Para Europa que também está no mesmo barco que nós, vindo de crescimentos pífios? Para os EUA que veem sua liderança cada vez mais enfraquecida por Moscou e Pequim, além de não conseguirem consumir da mesma forma que a China? A solução passa por uma ação e aliança coordenada entre Brasil, EUA e Europa, Japão e Tigres Asiáticos para tentar fazer frente ao rolo compressor chinês. Mas enquanto isso não acontece (e dificilmente acontecerá), "vamos fazer comércio com o mundo todo sem o viés ideológico".
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