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Bem-vindos à Nova Ordem Mundial - Economia Global I: Uma moeda.


Falar em uma economia global é algo que hoje nem é tão difícil de considerar intelectualmente. Contudo a complexidade da economia de um planeta inteiro na prática é sem dúvida o maior desafio para a Nova Um se tornar realidade. Por isso, terei que desmembrar em três reflexões os aspectos econômicos da Nova Ordem Mundial: Tratarei agora da integração monetária (já em curso), posteriormente será abordado o comércio internacional entre as nações e finalmente as cadeias globais de valor.


Moeda é uma invenção humana que data do séc. VII a.C.. A primeira tentativa de fusão de economias não é recente como muitos pensam. Já nos idos do Império Romano as conquistas levavam a incorporações de outras nações que passavam a usar os Denários, Asses, etc. Há exemplos também no séc. XIX, em especial com a unificação italiana e alemã, o que reuniu diversas províncias e reinados distintos em uma única nação com uma única moeda. Mais recentemente, o exemplo de nossos dias é sem dúvida a União Europeia e o Euro. Esse é hoje, sem exagero, um dos principais fatores que mantém viva a aspiração de uma Europa unida, a despeito do Brexit e das tensões entre nações mais e menos favorecidas do bloco econômico.


Mas por que é importante haver uma única moeda na futura Nova Um? A moeda é o que determina o valor de quase tudo. Ela padroniza bens, serviços, funções, trabalhos, aspirações, até sonhos de ficar rico, ou de obter uma quantia para algo. O símbolo financeiro estampado em notas é parte da identidade de um único povo, e caso a Nova Um queira ter uma humanidade regida por um único governo, deverá usar essa identidade monetária sem sombra de dúvidas. Contudo não é apenas uma questão meramente simbólica e psicológica. Há toda uma logística terrível por trás dos infindáveis câmbios monetários.


Atualmente, no comércio internacional e também no mercado financeiro, a moeda padrão é o Dólar americano (US$). Isso veio a partir da crise do petróleo e do antigo padrão ouro-dólar antes dos anos 1970. Dessa forma, hoje sempre que se realiza uma transação financeira internacional, ela é convertida em dólares para ser mensurado seu valor, independente das moedas locais. Afinal, há muita diferença para um brasileiro que vende o quilo de uma commodity em reais (R$), e um europeu que a compra em euro (€). Seria terrível se não houvesse uma forma de mensurar em um padrão que ambos comprador e vendedor entendam. Por isso o dólar serve como esse fiel no mercado financeiro internacional.


Porém também não é só isso. A fusão de moedas gera tendência de equalização econômica e também de facilidades nas trocas comerciais entre nações, afinal todos "falarão a mesma língua". Mesmo hoje com o padrão dólar, há uma disparidade de preços de produtos mundo afora que gera muitas distorções econômicas. Esse exemplo pode ser visto no mercado automotivo no Brasil. Um carro que nos EUA é popular, já no Brasil é vendido como carro de segmento superior, em virtude do baixo valor da moeda brasileira ante à americana. Adicione a isso as diferenças econômicas como tributos diferentes, custos, e por aí vai e terá uma pequena dimensão de distorções econômicas que podem ser criadas.


Por exemplo, os Estados Unidos possuem uma renda per capita de quase US$ 63 mil, nesse cenário, comprar um carro de US$ 30 mil dólares não é nada desafiador. Já para o brasileiro, onde o mesmo parâmetro é de quase US$ 9 mil, é um desafio muito maior. E o desafio não está apenas nos valores absolutos, mas no câmbio entre um país para outro. Afinal, no início de 2015, o dólar estava próximo aos R$ 3,00, ou seja, a renda per capita em reais do brasileiro era de R$ 27 mil reais, já em 2020, o dólar flutua na faixa dos R$ 5,00, logo a renda per capita fica em R$ 45 mil reais. É óbvio que a maioria dos brasileiros não ganham salário desse valor, mas o que isso demonstra é o baixo valor monetário brasileiro, o que resulta nos produtos para a população local encarecerem. E para exemplificar esse caos monetário, o valor do mesmo carro em reais seria em torno de R$ 150 mil reais no câmbio atual. Esse é o desafio de se ter muitas moedas mundo afora.


A padronização monetária irá acabar com as disputas monetárias de valor e com algo que gera muitas distorções e flutuações nos mercados financeiros: As guerras cambiais. Essas são os movimentos que nações fazem com diversos instrumentos do mercado como swaps cambiais, venda ou compra de moeda estrangeira para valorizar ou desvalorizar a local, de acordo com o interesse do Estado. Isso gera muitas dissidências e conflitos entre mercados, gerando preços distorcidos e muita manipulação financeira. Uma moeda única acabaria com essa realidade, colocando toda a humanidade sob uma mesma nota que represente um valor, o qual será o mesmo em qualquer região do globo. Um povo, um planeta, um governo, uma moeda.

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