O grupo hacker Anonymous "declarou guerra" ao Kremlin após o início da invasão da Ucrânia. Mas o que leva a um proclamado grupo "anarquista" fazer isso?
Grupos de hackers geralmente são tidos como pessoas sem uma pauta específica que visam apenas a invasão de sistemas de tecnologia informatizados para coleta de dados de forma ilegal e invasiva. Contudo, o fato é que tudo que está na internet deve-se presumir público, pois não é possível saber o grau de exposição que uma determinada informação teve e para quem foi exibida.
Mas o grupo Anonymous, já abordado aqui no Sociedade inteligente em outro artigo, trata-se de um grupo apátrida e com uma capacidade impossível de ser alcançada sem o apoio de capital. O objetivo dos anarquistas em questão sempre foi expor grandes figuras e seus segredos. Contudo, nos últimos anos (especialmente após a morte de George Floyd, e a ascensão do BLM e Antifa ao protagonismo midiático) o Anonymous parece ter focado sua mira em líderes conservadores também.
Ameaças foram feitas ao Presidente dos EUA Donald Trump e ao Presidente brasileiro Jair Bolsonaro, as duas maiores lideranças anti-establishment do Ocidente atualmente. Agora, com o advento do conflito entre Rússia e Ucrânia, ameaças foram feitas também contra o Presidente Vladimir Putin. Contudo, afirmar que Putin é um conservador é um desconhecimento do que os célebres autores como Burke pregaram. Putin apenas é contra o establishment ocidental por ameaçar sua influência na Europa Oriental e aproximar a OTAN do território russo.
Portanto, o que se observa com as ações do grupo hacker "anarquista" é que talvez eles tenham abandonado a anarquia genuína, e tenham se aliado com os reais poderes que desejam dominar o Ocidente de forma velada e nos bastidores de democracias enfraquecidas e divididas. Se essa constatação é verdadeira ou não, só o tempo dirá, mas hoje, em face às ações dos hackers do Anonymous, o chefe deles talvez não seja tão anônimo assim: o mesmo grupo que controla o establishment ocidental.
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