A opinião foi emitida em evento do Tribunal Superior Eleitoral sobre "democracia defensiva".
O Ministro do STF e Presidente do TSE, Alexandre de Moraes, mais uma vez emitiu uma opinião sobre o posicionamento político que, segundo ele, é "extrema-direita". O fato ocorreu em evento do tribunal eleitoral sobre "democracia defensiva". As palavras foram duras e denegriram a imagem de quem se identifica mais com uma visão de mundo conservadora de direita. Mais uma vez, Moraes confundiu (inocentemente ou não) o questionamento de como é feito o processo eleitoral, com o questionamento do processo democrático ocidental.
Segundo o Ministro do STF, a "extrema-direita" busca uma estratégia de minar a democracia de dentro para fora, através do uso das redes sociais. Esse ação viria supostamente através do "questionamento da democracia". Porém, os questionamentos da direita não são para por em dúvida ou minar a vontade popular. O que a direita vem apontando (questionamentos inclusive que muitos esquerdistas fizeram no passado, mas agora se calam por conveniência) é que o processo eleitoral pode não estar representando a vontade popular, e mecanismos que assegurem a democracia precisam ser criados.
E para piorar a dúvida que paira na sociedade sobre a idoneidade do atual processo eleitoral brasileiro (abordado no Sociedade Inteligente no artigo - Democracia Digital: O voto eletrônico no Brasil é seguro?), há o posicionamento político dos juízes, procuradores e ministros do Judiciário. As frases de Barroso como "perdeu mané", "vencemos o bolsonarismo", de outros ministros como "missão dada, missão cumprida"; e a própria frase de Alexandre de Moraes sobre a "extrema-direita" denunciam o posicionamento político de pessoas, agente públicos, que não possuem representação popular, não foram votadas, que não deveriam se manifestar fora de suas decisões judiciais. Esses juízes e ministros deveriam decidir apenas embasados nas leis aprovadas pelo Legislativo e na Constituição Federal.
Quando Alexandre de Moraes chama a direita de "extrema-direita", denota dois possíveis fatos. A primeira possibilidade é uma ignorância em política, por não entender o que é direita e esquerda, as origens dessa dualidade e como isso evoluiu ao longo do tempo. Outra possibilidade é que Moraes age conscientemente, como um agente político, e quer denegrir pessoas que se posicionam à direita, que defendem valores, princípios, que defendem liberdade mais ampla, que são contra autoritarismo. E essa segunda possibilidade fica mais possível de ser a real quando se observa que militantes comunistas, que defendem a ditadura do proletariado, que ao longo da história foram responsáveis pelos maiores genocídios, esses podem (e continuam) defendendo seus ideais políticos.
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