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A intervenção dos EUA na eleição do Brasil em 2022.

Leia o que não te contaram sobre como a CIA e outras agências dos EUA atuaram para eleger Lula em 2022 e as consequências disso.

Quando nas eleições de 2022, influenciadores nacionalistas como Anitablian e Farinazzo soltaram aos quatro ventos que o Lula era a opção melhor para os interesses nacionais do Brasil frente a Jair Bolsonaro. Contudo, nessa quarta-feira, vários jornais noticiaram a interferência direta da CIA e de outras entidades no pleito de 2022 que deu a vitória ao petista, em todo o processo tumultuado que todos nós presenciamos. Afinal, o que aconteceu? Como tudo isso foi possível (partindo do princípio que de fato ocorreu)?


Primeiro ponto é entender o contexto geopolítico atual e a que pé está a relação bilateral entre EUA e Brasil. Com a ascensão do grupo BRICS no imaginário internacional (de forma superlativa com relação ao seu poder de fato), Brasília virou as costas para Washington e se aproximou de Moscou e Pequim a partir de janeiro. A vinda de Sergei Lavrov (chanceler russo), visita à China de Lula, e o afastamento do governo do PT na diplomacia pró-OTAN na guerra da Ucrânia.


Assim, outrora tido como "tabu", como "teoria da conspiração", como assunto que fazia perder monetização em plataformas, a interferência dos Estados Unidos na eleição brasileira torna-se algo mais palpável e escancara como o governo do PT se vende para a hegemonia do imperialismo dos EUA. O grande problema é que grandes influenciadores geopolíticos alinhados com o eurasianismo e antiamericanos apoiaram a eleição do Lula, e acusaram o Bolsonaro por ser "americanófilo".



Mas afinal, o que há de novo nessa revelação de interferência? Segundo fontes reportadas pela Folha de São Paulo, os EUA pressionaram instituições brasileiras referente à eleição de 2022. Segundo a reportagem, essas autoridades reportaram que "... há um tom de raiva e ressentimento" por parte de Lula que não quis reconhecer o esforço feito por Washington para assegurar sua vitória. Isso é relatado, mas para compreender melhor o atual momento da relação entre os dois países americanos, é preciso um certo afastamento e olhar mais estratégico.


É inegável que Lula está mais próximo de Rússia e China, do que de EUA e OTAN. E qual sentido desse movimento geopolítico do petista? Lula sempre se posicionou em favor do conceito das Relações Internacionais de cooperação Sul-Sul, que tem em seu símbolo maior a aliança informal conhecida como BRICS. Além disso, por ser um partido autêntico de esquerda, e que conta nos bastidores com a atuação de José Genoíno e José Dirceu, a aproximação ideológica e afinidade com países mais autocráticos é quase natural.


Há o argumento de que os EUA sempre influenciaram em processos políticos na América Latina em seu favor, então por que intervir a favor de um governo de esquerda? A resposta é complexa e demanda observar alguns fatores. O primeiro é que atualmente a administração democrata tem se atrapalhado muito na geopolítica global. Primeiro a retirada atabalhoada do Afeganistão, o enfraquecimento da influência dos Estados Unidos em diversas regiões (inclusive América Latina), problemas econômicos graves por decisões erradas dos democratas, e finalmente a ameaça do poder ascendente chinês. Portanto, o pólo de poder americano está mais fraco do que nunca esteve nos últimos 30 anos.


Além disso, dentre as opções Lula e Bolsonaro, a esquerda progressista americana, representada pelo atual governo de Biden, observava muitas semelhanças entre Bolsonaro e Trump (dois desafetos completos desse grupo de pessoas mais "cheirosas e limpas"). E também, Bolsonaro nem sempre agradou aos EUA, principalmente em ocasiões como na visita que fez à Putin antes da guerra, no seu posicionamento de política externa mais voltada para os interesses brasileiros e no fortalecimento da agroindústria nacional, o que ia contra os interesses de fazendeiros americanos. Logo, entre os dois, o mal menor seria Lula, e com o "plano B" já implantado (Geraldo Alckimin).


O PT, por sua vez, usou esse apoio para vencer o opositor forte que Bolsonaro representou. Uma vez eleito, o partido tratou sua vida como sempre o fez: Alianças com países autoritários e sanguinários como Rússia, China e Venezuela, persegue seus opositores internamente e vê, naturalmente, maior chance de sucesso ao lado desses países do que de nações mais liberais. Após atendidos seus objetivos, os americanos foram deixados de lado para dar lugar ao novo algoz do Brasil: a China.


Contudo, por razões óbvias, Washington não irá deixar isso passar sem um custo pesado. E a matéria trazida é justamente uma forma de salientar que os EUA são mais fortes e detém muitos agentes infiltrados no Brasil para tentar minar essa tentativa petista. Só que agora há a disputa com os chineses por quem irá controlar o país. E, considerando a influência de décadas dos Estados Unidos, e a ascensão e momento chinês, há probabilidade de que isso acabe em uma disputa que divida o país aos moldes de nações como Coréia no passado, e mais recentemente a Ucrânia.


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