A falta de confiança em torno do processo obscuro de votação eletrônica trouxe à tona a discussão em torno da materialização impressa do voto para salvaguardar a opção do eleitor.
Se você acredita em Deus, o mundo é regido por leis criadas por Ele. Se você não acredita em Deus, o mundo é regido por regras naturais da física. De uma forma ou de outra, não foi o homem que idealizou esses parâmetros pelos quais nosso mundo funciona. Nesse breve pensamento o objetivo será refletir o porquê da importância do voto impresso, e como deve-se lutar para que essa conquista seja obtida pelos brasileiros. Lógico que nenhum método eleitoral é a prova de fraudes, porém é preciso perseguir aquele que a dificulte mais.
Gravidade, atrito, força, pressão, etc. Essas são leis físicas que não foram criadas por nenhum ser humano. Ou seja, o mundo real físico não é possível de ser fraudado (a não ser que você acredite viver na Matrix). A interferência humana no mundo físico sempre deixa marcas e muito mais perceptíveis, pois não foi o homem que criou as regras. Contrariamente a isso, tudo que é cibernético, computadores, internet, o mundo virtual como um todo foi elaborado pelo intelecto humano, isto é, o criador pode mudar regras e interferir mesmo sem deixar rastros. Logo, qualquer processo virtual, por mais salvaguardas que tenha, é mais passível de fraude que um processo análogo no mundo físico.
Eleições respeitam também o dilema levantado entre mundo virtual e mundo físico. Votar pela urna eletrônica é confortável ao ser humano. É uma ação que dura segundos, é rápido para se conferir os dados com os computadores atuais cada vez mais rápidos e inteligentes, e em tese respeita a risca as regras criadas por homens. Contudo, como é possível conferir que essas regras foram seguidas de fato? Relatórios de institutos de vigilância eleitoral indicam que as urnas eletrônicas do Brasil são impossíveis de serem auditadas, somente para quem possui acesso aos códigos fontes e ao sistema que realiza as contagens, ou seja, o seu criador (uma pessoa ou grupo de pessoas) ou quem esse criador delegou essa tarefa.
Portanto, para submeter o processo eleitoral a uma verificação mais isenta, autêntica e confiável, não haveria outra saída que não retomar o voto impresso, ou que seja expresso fisicamente para futura conferência e auditoria. Dessa forma, o que ocorre nos EUA hoje, aparenta um certo caos na recontagem de votos, porém é um sistema confiável funcionando como deveria funcionar. Uma votação apertada que possui pesadas suspeitas de fraude precisa ser auditada, por isso a solicitação das recontagens nos estados que está em curso no momento. Algo que infelizmente, caso não haja mudanças no processo eleitoral brasileiro, não ocorrerá em 2022, o que poderá colocar nossa democracia em xeque mais uma vez.
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