A disseminação da Covid-19 pela negligência chinesa arrastará o mundo para a Grande Depressão do século XXI.
A Crise de 1929 deixará de ser a maior crise capitalista da história. Essa afirmação é feita diante do fato que a Covid-19 que está fazendo o mundo parar, vitima muito mais do que idosos ou pessoas com complicações de saúde que contraiam a doença. Os avanços tecnológicos do início do séc. XXI, como plataformas virtuais de divulgação de informações, a popularização da internet e a facilidade e integração dos meios de transporte intercontinentais foram os combustíveis que encaminharam o vírus ao redor do globo e também propagaram as informações causadoras do pânico generalizado e travamento econômico que vive-se hoje. A tecnologia impulsiona a humanidade. O interessante é que a frase realmente para por ali, ou seja, a capacidade de ferramentas técnicas para facilitar as vidas impulsiona, porém o rumo continua sendo guiado pelo ser humano. Portanto, tecnologias podem ser para o bem ou para o mal, depende do rumo que é dado. Nas últimas duas décadas, a tecnologia da informação através da internet com suas plataformas virtuais de comunicação e sua popularização tem se mostrado potencial propelente de otimismo e de ações humanas louváveis, como também combustível inflamável e perigosos de medos e notícias falsas que podem literalmente gerar pânico e histeria coletiva. Dito isso, a capacidade rápida da divulgação sobre o alastro da Covid-19, que começou lá em dezembro na China trouxe à humanidade o alerta sobre um inimigo invisível e de rápida disseminação que não mata muito, mas causa muita dor de cabeça (figurativa e literalmente) e com o qual não estávamos acostumados a lidar. A Covid-19 foi constatada pelo médico Li Wenliang ainda em 2019 após uma série de casos de pneumonia com origem em um novo patógeno desconhecido. Toda a crise atual que vivemos poderia ter sido evitada se ali, após o doutor avisar as autoridades chinesas, Pequim tivesse tomado as medidas de contenção dos casos que ainda eram rastreáveis. Contudo não foram tomadas as medidas adequadas o que trouxe ao atual cenário que estamos. O vírus se espalhou na província que fica localizada a cidade epicentro de Wuhan e depois escapou por voos internacionais para a Europa e EUA e por fim se alastrou aos demais cantos do mundo. Os meios de transporte aéreos e marítimos foram como as abelhas que levaram o "pólen" do vírus para ele encontrar terreno fértil em outros locais mundo afora. Com isso, somente no fim de janeiro estabeleceu-se uma quarentena total em Wuhan para a contenção de casos da Covid-19, mas aí já era tarde demais e o mundo ainda não havia acordado para a crise imensa que enfrentaria em algumas semanas. Ok, mas foi dito sobre as tecnologias, sobre a doença e sua propagação, porém como as peças se encaixam? Caro leitor, essa resposta é o que vemos hoje. A gripe causada pelo Coronavírus é extremamente transmissível e de baixa letalidade. Entretanto, por sua transmissão ser muito fácil, a letalidade é baixa proporcionalmente, já em números absolutos, caso uma população de 200 milhões de pessoas contraia a doença (mais ou menos a população do Brasil), haverá uma letalidade de pelo menos 2 milhões, de acordo com previsões de especialistas em virologia e epidemiologia. Essas pessoas perecerão por insuficiência de recursos para tratar tantos casos que precisarão de internação e atendimento intensivo pelas consequências dessa "gripezinha". E aqui chegamos ao ponto onde essa crise será maior do que a Crise de 1929. A melhor resposta para uma doença que não tem cura, não tem vacina, e é altamente transmissível é a quarentena. Ou seja, pessoas precisam ter sua liberdade de locomoção restrita para que fiquem retidas em suas casas e evitem ou transmitir ou contrair o vírus, para que, em teoria, somente os casos atuais sejam tratados e aos poucos os demais contraiam e uma pequena parcela necessite de internação e atendimento intensivo, evitando assim tantas mortes em números absolutos. Ao restringir o deslocamento, a economia sofre um travamento. É como uma pessoa ao andar de bicicleta, repentinamente é parada por alguém que pega um pedaço de madeira resistente e coloca no aro dessa roda. Inevitavelmente haverá uma parada brusca da roda e a pessoa na bicicleta vai cair. A economia foi obrigada a parar do nada em muitos países com a obrigação da quarentena. É um raciocínio muito simples, as pessoas em casa param de consumir muitos produtos e serviços, os quais acabam ficando sem receita e consequentemente demitem pessoas que também ficaram sem dinheiro para consumir, o que levará a outras empresas terem q adotar as mesmas estratégias e o ciclo de geração e consumo de riqueza, base da estrutura de produção capitalista para de funcionar. A crise é muito séria, pois diferentemente de 1929, onde havia uma euforia de consumo exacerbado e excesso de oferta confiante em uma demanda lastreada em baixos salários e mercado financeiro inflado, o problema atual é na base estrutural. A roda do capitalismo lastreia todas as suas atividades, inclusive o mercado financeiro em consumo real. O que está sendo impedido pela quarentena é justamente a base, o consumo e consequentemente a renda para esse consumo. Logo, os movimentos de sobe e desce das bolsas demonstram a instabilidade gerada pela crise atual que se não for resolvida em 2 meses no máximo, pode gerar novo abismo de ações e muitas empresas começarão a quebrar como dominós. Alguns especialistas já preveem que o desemprego no Brasil poderá chegar a mais de 20% caso a crise continue por mais do que 2 meses. O que fazer então? A verdade é que as ações deveriam ter sido tomadas lá atrás quando o Dr. Li Wenliang detectou os casos na China. Agora é tentar conter ao máximo a proliferação do vírus e o estrago econômico inevitavelmente virá, seja pelas mortes, pelos desempregos, pelos recursos direcionados para o combate à Covid-19, e pelas quebras de empresas que já estão acontecendo. Após tudo isso passar, tomando emprestadas as falas do Antagonista (grupo de jornalismo muito respeitado na internet): Precisaremos chamar a China para uma conversa muito séria sobre seus mercados molhados e suas regras sanitárias para evitar novas pandemias globais.
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